Todo mundo fala: você tem que acreditar que é capaz.
Não importa o que você se propõe a fazer, seja terminar o período na faculdade, concluir o aquele projeto enorme que você está tocando sozinho, aprovar num concurso público ou ser campeão mundial de algum esporte. O primeiro passo você já sabe: acreditar em si mesmo.
Assim disseram Buddha, Pablo Picasso e Confucius:
“É capaz aquele que pensa que é capaz.”
“Tudo que você pode imaginar é real.”
“Aquele que diz ser capaz e aquele que diz não sê-lo, estão ambos usualmente certos.”
Mas, por que é tão difícil tão difícil imaginar que é possível?
Nosso cérebro é geralmente cai em armadilhas racionais. Ele foi programado para trabalhar baseado na realidade; é como se fosse um grande processador, que pega as informações vinda dos 5 sentidos e da memória, mistura, processa e encadeia em pensamentos. Então, terminamos com um senso de futuro ou de possibilidade muito atrelado a nossa situação atual.
Esse foi um mecanismo muito útil, principalmente para os homens das cavernas. Por estar tomando decisões o tempo todo do tipo “vida ou morte”, era imprescindível decidir baseado na situação atual. Se, por exemplo, ele estava com a perna machucada, com certeza não poderia correr para fugir de um tigre: a melhor solução seria subir numa árvore ou entrar na água.
Hoje, algumas centenas de milhares de anos depois, nosso cérebro não evoluiu para o estilo de vida atual (que é bem recente em termos evolutivos), ainda com mecanismos pré-históricos. Por isso, quando você quer se forçar a acreditar, geralmente fica preso em algum pensamento probabilístico: “mas as chances são mínimas”.
Claro, elas são mínimas baseadas no que você vê em si mesmo hoje, esse gordo fora de forma que nunca pegou num arco e quer ser campeão olímpico de arco e flecha. Mas, e daqui a dois anos de treinamento, você consegue enxergar quais serão suas chances? Provavelmente muito boas. Você só não as enxerga ainda por pura falta de prática.
Esse é um dos grandes motivos pelo qual você não consegue colocar fé no seu projeto, seja ele uma vaga num concurso, ou uma medalha olímpica: o modo como seu cérebro está acostumado a operar.
Um outro ponto relevante que nos impede de fazer coisas grandes, memoráveis, é o medo do fracasso. Sim, vou bater na mesma tecla. Seu maior medo é das pessoas ficarem sabendo que você se propôs a fazer algo e não conseguiu, né?
Mas, por que isso acontece? Porque temos um ego muito grande.
“A verdadeira questão embaraçosa sobre a falha é o próprio reconhecimento que você não é um gênio, que você não está tão bom como você pensou você era.” – Milton Glaser
Não deixe que isso se coloque no caminho entre você e seu sonho. Sim, e daí que você quer ser campeão mundial de tênis e ainda nunca jogou na vida? Sei lá, na minha cabeça, assim que você descobre uma paixão e se dedica a ela, bem, um ou dois anos de treino bem intenso te deixam o suficientemente bom para começar a ganhar competições.
Claro, dois anos de treino intenso podem ser muito difíceis, mas, e daí? Pelo menos é possível, é algo que está sob seu controle. Você tem que reduzir seu sonho a pequenos passos que você pode tomar sobre coisas que você pode agir. Se está a seu alcance, deixa de ser difícil, embora ainda seja trabalhoso. Toda a percepção muda.
O caminho é simples: deixe de lado esse medinho de errar e aprenda a jugar a viabilidade de uma meta a partir das condições futuras que você criar. Definir uma coisa como difícil e largar ela de lado me parece comodidade. O quão difícil? O quanto de treino preciso dedicar para alcançar isso? Uma vez que me dedique X anos, quais serão minhas chances de sucesso?
Cara, parabéns pelo texto. Para minha pessoa, ele é quase que um puxão de orelha. Porque por mais que eu tenha conseguido atingir bons resultados em algumas coisas eu sinto que poderia ter atingido outros patamares se tivesse justamente quebrado certos desejos de aprendizados em pequenas etapas e distribuído o mesmo em uma rotina diária. Mas é assim mesmo, o pior é que eu sei que ter uma rotina maximiza sua produtividade e só nos faz bem. Vou me esforçar para voltar ao meu antigo espírito, quando eu não era acomodado. (y) Valeu Paulo, pelo texto puxão de orelha. Que ele sirva de lição e aprendizado para muitos outros! :D
Bom saber, Raí! Toca o terror por aí e me deixa atualizado de seu progresso.
Abraço!