Anos atrás, éramos 2 jovens perdidos aos quais a sociedade tinha falhado como fonte de direcionamento. Estávamos em uma universidade pública, em alguns dos melhores cursos do país, ainda assim perdido e sem um percurso muito claro.
No meio da inquietação, encontramos o Sebastian Marshall, nosso mentor e quem nos inspirou a fundar o Estrategistas. Olhando para trás, naquele momento, não houve uma pergunta simples que Sebastian respondeu e mudou nossa vida completamente. Arrisco dizer que o mais importante na descoberta da vida de Sebastian foi entender o que era possível no mundo.
Não que Sebastian fosse bilionário na época – não se trata apenas de riqueza financeira. O que me impactou foi um mundo de possibilidades que se abriu sobre potenciais objetivos de vida.
Por ter saído da classe D, tinha uma relação psicológica confusa com dinheiro: queria o suficiente para viver de modo confortável, mas não queria ser rico. Sebastian tem uma postura diferente; ele costuma dizer que “você pode fazer muitas coisas legais com o dinheiro”.
Um exemplo me marcou até hoje: com riqueza, você pode patrocinar boa arte, apadrinhando artistas que você goste – tal qual a nobreza italiana fazia durante a Renascença. Embora eu tivesse sido um jovem “inteligente”, tendo passado em 1º lugar em vários vestibulares públicos e tivesse um conhecimento razoável da Renascença (obrigado, vestibular), tal pensamento para guiar minha vida nunca foi extraído do conhecimento, nunca passou pela minha cabeça.
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Há 6 anos, então, a coisa mais importante que aconteceu conosco não foi alguém responder uma pergunta para nós, como “a melhor maneira para ficar rico”, “o caminho para felicidade” ou “como alcançar o sucesso”. A melhor coisa que aconteceu até hoje foi termos enxergado alguém que nos fez pensar em possibilidades diferentes, o que levou a uma reação em cadeia que nos fez questionar o mundo a nossa volta.
O maior catalisador da transformação na vida dos Estrategistas foi pensar por conta própria.
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O ano de 2017 tem sido, no saldo geral, o melhor ano da minha vida, o que tem me deixado bastante reflexivo. Eu me pergunto: o que tem dado certo até agora? De onde vem tudo isso? Como não perder o que já conquistei até aqui?
Ao mesmo tempo, o país ainda vive numa crise financeira. Também vivemos uma crise psicológica profunda, com cada vez mais pessoas diagnosticadas com depressão, crises de ansiedade e outros problemas psicológicos. Quero entender o que tem funcionado para compartilhar o porquê, para tentar ajudar como puder.
Nos últimos meses, desde que vendi minha empresa, tenho dedicado mais tempo para pensar sobre o tema. Converso bastante com o Eduardo sobre o que podemos fazer. A sensação que temos é que já passamos por muitas dessas dores e temos algumas ideias de coisas que podem funcionar.
Por exemplo, já tive crises de ansiedade, burn out e depressão. Já chorei do nada no meio da rua. Já achei que ia morrer. Por outro lado, já estive desempregado no sentido tradicional. Há muitos anos, até considerei concursos públicos. Já estive indeciso sobre carreiras.
Longe de ter a resposta definitiva para as perguntas acima, ao menos temos pistas sobre onde procurar. Nós estivemos (e estamos) nessa jornada também. Embora muita coisa tenha sido o acaso, como ter nascido numa família que sempre nos deu apoio e oportunidades de educação, muito do sucesso que temos hoje foi “de propósito”.
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Há 5 anos, nós éramos os esquisitos. Ninguém conseguia entender o que estávamos fazendo.
“Por que você não vai atrás de um estágio em engenharia? O que tanto você faz na internet?” Ou, mais na frente: “Por que uma empresa do Chile está pagando sua viagem para lá?”.
Hoje, as pessoas continuam sem entender muito bem para onde estamos indo, mas muito do nosso sucesso está palpável. As perguntas apenas mudam. “Como assim você é gerente de produto numa startup com tecnologia de ponta sem nem ter um diploma superior?” ou melhor “Como um engenheiro químico criou e vendeu uma das primeiras empresas de marketing de crescimento do Brasil?”
Não foi fácil, mas nada que vale a pena na vida é. Por exemplo, por quase 4 anos, trabalhei bastante de graça (ou por muito pouco), muitos projetos deram errado etc, mas os frutos estão se pagando hoje – minha renda tem dobrado anualmente nos últimos anos.
Nesses momentos em que a gratidão preenche o peito, nos perguntamos: o que deu certo? O que podemos fazer?
Do ponto de vista tático, temos nossos planos para executar. Desde o relançamento do portal em nosso aniversário (dentro de alguma semanas) até o lançamento oficial de uma série de podcasts, estamos nos preparando para voltar à ativa consistentemente.
Mas, indo um pouco além, me provoquei com a seguinte pergunta:
Daqui a 5 anos, olhando para hoje, o que vamos pensar ter sido a causa do nosso sucesso?
Lá atrás, a sabedoria pôde ser condensada em “pensar por si mesmo”.
A sabedoria de hoje, diria, é o próximo passo – reconhecer que você tem poder de agência sobre a realidade.
Steve Jobs tem uma passagem que fala disso de modo mais eloquente:
“Quando você cresce você tende a ser dito que o mundo é do jeito que é e sua vida é apenas viver a vida dentro do mundo. Para você não tentar bater demais nas paredes. Tentar ter uma família legal, se divertir e poupar algum dinheiro. Essa é uma vida muito limitada. A vida pode ser muito mais ampla uma vez que você descobre um fato simples: tudo ao redor de você que você chama de vida foi criado por pessoas que não eram mais inteligentes que você e você pode mudá-la, você pode influenciá-la, você pode construir suas próprias coisas que outras pessoas podem usar. Uma vez que você aprende isso, você nunca mais será o mesmo.”
Você não chega onde chegamos seguindo caminhos prontos ou acreditando que o mundo é do jeito que é.
A realidade é que não basta pensar por si mesmo – é preciso agir no mundo real com o que você descobriu. Quando você começa a agir e construir coisas, percebe que pode influenciar o mundo, o que antes apenas era um pano de fundo com regras obscuras que você chama de vida.
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Molde seu intelecto. Cresça como pessoa. Entenda mais do mundo a sua volta. Estude de onde viemos. Leia os clássicos. Se construa na pessoa que você sempre gostaria de ser.
E quando a inquietação começar a aparecer, comece a agir. Ouse coisas grandes. Você vai errar, tudo bem. Mas vai aprender. E vai moldar a realidade a sua volta. E a sensação vai ser inebriante, saber que “você é o mestre do seu destino, é o capitão de sua alma”
Tudo começa por você. Construa seu intelecto, leve sua educação a sério, tome conta da sua saúde e cultive relações melhores. Busque entender o mundo, então comece a agir. Quando você notar as primeiras transformações, ficará contagiado.