6 razões para se ler ficção

6 razões para se ler ficção

Dos ultimos 20 livros que eu li, 20 foram de não-ficção. Ano passado, devo ter lido apenas 3 ou 4 livros de ficção. Por bastante tempo eu acreditava que não existia razão verdadeira para se ler um livro de ficção. Até porque o papel dos livros, na minha cabeça, era apenas para ensinar alguma coisa. E quem faz isso diretamente são os livros de não-ficção.

 Ai é que está o engano. Livros de ficção ou romances ( como iremos tratar daqui pra frente), são livros que podem agregar extremo valor a um alguém. Na verdade, seguem  7 razões que compilei para te convencer a ler mais ficção.

1. Romances aumentam seu vocabulário

Livros de não ficção, tendem a ter um vocabulário muito parecido. Se voce ler dois livros do mesmo assunto, voce praticamente ja dominou 96 % do vocabulario necessario para lê-los. Já romances possuem infinitos adjetivos, adverbios, substantivos e até novas palavras.

 A liberdade artistica que tem um autor ao escrever um livro de nao ficcao permite a ele desanuviar em escrever palavras diferentes, criar e mudar palavras. Dessa forma, depois de ler um romance, seu vocabulario tende a crescer.

 2. Inspiração

Claro que se a historia for baseada em fatos reais ela tem um gostinho a mais, porém nem sempre elas são. E as melhores historias são aquelas inventadas. Imaginem a quantidade de herois que foram criados nos romances. Na verdade, os grande arquétipos heroicos foram inventados no inicio da literatura humana. A nossa ideia de heroi foi construida pelos gregos e foi evoluindo ao longo da historia da civilização moderna, mas essa historia não mudou bastante, e você pode ver traços de Odisseu em Harry Potter, por exemplo.

 3. Diversão

Esse aqui é o mais fraco dos argumentos. Diversão? Por que diversão, quando você pode ler um livro técnico e aprender como ganhar mais dinheiro online. Porque sim, diversão! Uma vida sem um escape não é sustentavel e tende a entrar em um péssimo caminho ao longo do tempo. A Diversão que a imersão em um livro traz não se compara a de nenhuma mídia que exista, nem de filmes, quadrinhos ou teatro.

Se você não acha livros divertidos, provavelmente você ainda não encontrou o livro certo. É tudo questão de ajustar o livro ao leitor. Você não pode dar um caviar a um macaco; macaco come banana. Se quando eu tivesse 11 anos, meus pais não tivessem me dado harry potter pra ler, e sim tristão e isolda, [que porra é isso? :D] eu não teria virado um leitor assíduo.

 4. Experiência humana simulada

É, aquele velho clichê de que você pode ser quem quiser em um livro. Se você está afim de viver em uma socidade totalitária, você lê Orwell. Se quer viver com robôs, lê Asimov e se quiser viver na idade média, pode ler Ken Follett. A questão é: os livros lhe permitem entender e estar dentro da cabeça de qualquer personagem. Quando sua imersão é feita de forma verdadeira, você acaba realmente se colocando no lugar deles.

 5. Ficções aumentam sua empatia

Você aprender a tratar e entender melhor as pessoas. Quando você lê um personagem, você pode começar a associar as características desse personagem a alguém com quem você convive. E, na forma que a personagem começa a se desenvolver no livro, você pode passar a entender melhor as pessoas.

Vamos dizer que seu amigo João é um cara mimado: você lê um livro em que uma das personagens é egoista, mimada e meio má. Mas lendo o livro, você percebe que essa personagem não teve o carinho que devia dos pais e sempre foi escanteado por todos em sua casa. Automaticamente, meio que insconscientemente, você associa João a essa personagem, e começa a entender melhor as motivações e reações dele.

 6. Aprendizado!

É impressionante a quantidade de informação (técnica!) que você pode reter em um livro de ficção. Claro que não é de forma direta e rápida quanto num livro de não-ficção, porém é de forma mais lúdica e aproveitada. Se você quiser ter uma introdução a filosofia, o que é mais interessante: um livro acadêmico de introdução ao tema, ou “O Mundo de Sofia“, por exemplo? Se você não sabe a resposta, eu digo com firmeza: vá para “O Mundo de Sofia”, do Jostein Gaarde.

A criação de histórias para se passar uma ideia ou ensinamento existe desde sempre. Quando somos crianças nos contam contos e no final nos dizem “a moral da história”. Enquanto você cresce,  os novos enredos trazem lições cada vez menos óbvias e mais complexas.

 Se você me perguntar como eu aprendi o que sei sobre a baixa idade média, respondo que foi lendo O Mundo Sem Fim, de Ken Follett. Paulo mesmo é um grande apreciador da não-ficção, mas nesse momento está imerso em um fan-fic(!) de Harry Potter, que está ensinando a ele muito mais do que qualquer texto que ele já leu sobre racionalidade.

 Moral da história? Ficções são grandes fontes de entretenimento e crescimento pessoal. Se você é como já fui, preconceituoso ou simplesmente preguiçoso com gênero, pense de novo.

 

  1. Eu sempre gostei de ler, mas confesso que ando devorando livros em uma velocidade maior do que o normal, nessas férias tem sido praticamente um por dia. Ontem mesmo enquanto lia, deitado no sofá, pensei em um post como esse seu, mas sobre livros no geral.

    Mas um sentimento que tenho quanto aos livros é: “Como assim tem gente que não lê? Isso aqui é a resposta para um monte de problemas! Esta tudo aqui!” Confesso que tem livros que eu nem digo que li, com medo de “Orkutizar”. Sou egoísta de livro :(.

    1. Bem curioso esse seu ‘costume’, Alberto. Esconder os livros para eles não orkutizarem. Eu já penso um pouco diferente, eu acho legal quando as pessoas já leram livros que eu li, principalmente quando eles são um pouco ‘diferentes’.
      Eu sei que perguntar não tira pedaço, com esse consumo desenfreado de literatura, você não tem nenhuma dica de livros?

    2. Não tenho lido em velocidade, mas também tenho lido bastante. Assim como dudu, estou curioso quanto a sua lista de leitura.

      > Confesso que tem livros que eu nem digo que li, com medo de “Orkutizar”. Sou egoísta de livro .

      Deixa ver se eu entendi. Você não diz que leu o livro pois o livro já é modinha ou para que o livro não se torne modinha?

      Se for o primeiro caso, bem, você pode tentar evitar esses livros mais comuns. Eu costumo fazer isso: ao invés de ler o livro, consumo materias que já produziram a respeito do livro. Isso me poupa tempo. Aprendi isso com o Sebastian Marshall: priorize ler livros mais obscuros (menos comuns), pois os insights que você terá serão mais únicos.

      Se for o segundo caso: se tu não divulgar, com quem você poderá conversar a respeito do livro? Para mim, conversar com alguém sobre um livro é um prazer que só fica atrás de ler o livro em si.

      Abração

  2. Prezado, nao sei ao certo como cai em seu site. E casuisticamente cheguei neste texto. Permita-me criticar: detestei. Sim.
    Pouquissimas coisas de fato merecem ser lidas. Mas são de alta complexidade , haja vista que sao universalizantes, e portanto, eternas.
    Como um estupido qualquer le Harry Porter se nunca teve contato com a epica greco-classica. Socorrei-me deuses. Imbecis assistem filmes. Estupidos leem um romance de 80 paginas intitulado Ilíada. Os raros leem a traducao de haroldo de Campos e estudam a historia e os movimentos antropologico-sociais. E então compreendem o mundo, ganham amplidão de olhar e criam inteligência autonoma.
    O Mundo de Sofia? Nao li e nao gostei. Sim. Mas li os pensadores gregos. E li alguns da escolastica. E li Sartre. E li Dostoievski. E entendi o niilismo do bigodudo maluco. E aquela simplista ficcao de Kafka chamada a Metamorfose se desdobrou em uma das mais afiadas criticas à opressao moral do instituto da familia, e quiça da burocracia. Fez sentido.
    Poucas obras merecem ser lidas. Mas estamos ocupados com a ficcao banalizante anti-cientifica (penso epistemologia como Popper, como os empiristas) e com a auto ajuda estupidificadora.
    Graças aos deuses! Que permaneça assim. O homem comum nao esta preparado para entender como sao as leis, as salsichas e “toda a dor do mundo” exposta num livro chamado Crime e Castigo.
    Abs,
    Cleber – ex-professor, graças aos deuses

    1. Olá Cleber.
      Primeiramente, fico feliz que você tenha achado o site por algum motivo aleatório.
      E agora, permita-me discordar de você. Pelo que eu entendi da sua crítica, você acha que pouquissimos livros devem ser lidos, ou melhor, merecem ser lidos. Talvez os clássicos gregos, os russos e talvez a filósofia ocidental do século 17 em diante.
      Eu concordo que esses livros devam ser lidos, e que eles agregam muito ao homem, como indivíduo e humanidade.
      Eu só vejo um problema. Para alguem ler a Iliada, ou Sartre, ou Russel, essa pessoa deve saber ler antes. Deve deixar de ser um analfabeto. Analfabeto não no sentido de que não sabe ler, e sim, que não pode ler.
      Eu acho que por culpa de intelectualoides que acham, que todo homem só pode ler os clássicos, e é um atentado à moral e os bons costumes esse homem ler o Código da Vinci, por isso os idiotas continuam idiotas assistindo televisão e vendo filmes. Tudo tem que ser gradual.
      O homem deve ser educado da escola, ele deve aprender a amar a leitura na escola. E ele não pode começar a ler livros que foram escritos por genios literarios, mas nem seus pais os entendem. Qual o sentido de fazer uma criança de 13 anos ler Machado de Assis, um estudante de 1º ano do ensino médio ler a Carta de Camões. Esse estudante, e no futuro homem, vai odiar literatura assim como um cachorro é condicionado a não subir na cama quando é levantado um jornal para ele.

      Bem, eu gostaria que todo homem lesse Os Irmãos Karamazov e Finnegans Wake. Porém o homem, antes disso, deve aprender a ler, e para isso, que tal Harry Potter? Ou o Código da Vinci?

  3. Muito bom o post, adoro ficção e confesso que leio muito mais ficção do que não ficção!
    E sou livre de preconceitos literários, leio o que me recomendam, o que gosto da sinopse, enfim o que vier pela frente.
    Já li vários desses que foram citados aqui, e em outros posts como Harry Potter e O mundo de sofia.
    Me indicaram a pagina e estou gostando muito do conteúdo. Parabéns

  4. Foi deixando o preconceito de lado (e também querendo ajudar a melhorar a exploração espacial) que eu passei a assistir ao Star Trek Original.

  5. Tenho 21 anos, sou formado como Técnico de Enfermagem, sempre fui muito estudioso, mas nunca gostei muito de ler, tipo, pegar um livro de ficção ou não-ficção e ler por inteiro, como já tenho 21 anos, por onde posso começar ?

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