Todo mundo tem pontos fortes e pontos fracos. Enquanto uns são bons em música e tem dificuldade com números, outros são melhores na escrita e nos esportes.É natural que, dentre 7 bilhões de pessoas, algumas tenham aptidões mais desenvolvidas.
É comum conhecermos nossos pontos fortes. Se tivermos tido a sorte de sermos postos a passar por experiências que os façam vir à tona, já na adolescência saberemos algumas de nossas aptidões. Se você ainda não sabe, continue tentando coisas novas.
O problema aparece na nossa sociedade que cultua a perfeição. O decoro social nos faz ocultar e reprimir nossas falhas, de modo que só a beleza surja e sejamos aceitos. Isso é um tremendo problema por dois grandes motivos tratados a seguir.
Sua sombra fica cada vez mais sombria
O psicológo Carl Jung falava do conceito de ‘sombra’, que é aquela sua parte que você oprime e não quer que seja verdade. Podem ser várias coisas, como a timidez que você finge não ter, ou a falta de aptidão que você contorno “colando” nos testes, até mesmo características bem obscuras, como tendência a violência etc.
Segundo ele, quanto mais você reprime sua “sombra”, mais obscura e poderosa ela fica.
Todo mundo carrega uma sombra, e quanto menos ela está incorporada na vida consciente do indivíduo, mais negra e densa ela é. Se uma inferioridade é consciente, sempre se tem uma oportunidade de corrigi-la. Além do mais, ela está constantemente em contato com outros interesses, de modo que está continuamente sujeita a modificações. Porém, se é reprimida e isolada da consciência, jamais é corrigida, e pode irromper subitamente em um momento de inconsciência. De qualquer modo, forma um obstáculo inconsciente, impedindo nossos mais bem-intencionado propósitos
Carl Jung
Todo mundo tem partes fracas/desagradáveis no ser. É fundamental conhecê-las e aprender a lidar com elas.
Seu raio de ação fica limitado e ineficaz
No último texto, eu falei sobre mindsets e sistemas de referência. Destacando um trecho:
“Medimos o mundo a partir de um sistema de referência. Isso funciona muito bem para situações dentro do espaço englobado pelo sistema de referência. Mas, e se há algo além do nosso sistema? Naturalmente, isso ficará em nosso ponto cego; de modo simples, não enxergamos nada além daquilo que pode ser interpretado baseado na coisas em que acreditamos.”
Uma vez que você não rconhece seus pontos fracos ou prefere não atribuir-lhes relevância, você automaticamente torna-se uma pessoa mais fraca, restrita. Por quê? Seu mindset (sistema de referência) não vai englobar as coisas em que você precisa melhorar, gerando verdadeiros pontos cegos que, quando confrontados com a realidade, inevitavelmente virão abaixo. E isso geralmente ocorre em situações críticas.
Um exemplo mais prático.
Eduardo e eu tocamos vários projetos. Claro, se você é razoavelmente produtivo (lembra da regra dos 70% que uso?), com o tempo livre da pausa da faculdade, dá para desenvolver muita coisa. Então, na reunião para o começo do projeto mais novo, eu disse a Eduardo: “me cobra isso aí. Seja chato mesmo.” Por quê?
Eu conheço um fato interessante sobre mim: costumo me sabotar muito frequentemente. A oportunidade está ali, eu sei o que fazer, mas costumo me sabotar. Não sei exatamente por que faço isso e já descobri que não estou só nessa (é razoavelmente comum), mas eu faço. Com isso em mente, eu já avisei a pessoa com quem vou trabalhar para me cobrar por resultados, de modo que eu não caia nessa armadilha psicológica.
Imagina se eu não tivesse não soubesse/ignorasse tal fato sempre? Projetos morrendo, equipes inteiras sendo prejudicadas… simplesmente por não conhecer meus defeitos e agir sobre eles.
E você, que tal reconhecer apenas para si mesmo aqueles pontos que costuma negar?
Aja a partir disso.