Semanas 6 e 7 – Síndrome do Trabalhador Assalariado

A semana 6 foi parcialmente rastreada, eu tinha feito algumas anotações interessantes sobre ela (até preparei o texto), mas infelizmente perdi ele em meu computador. O nível de produtividade não foi lá essas coisas (algo como 40%), mas como a qualidade de vida estava boa e eu vinha de várias semanas fracas, fiquei feliz por simplesmente estar de volta aos trilhos. Além disso, escrevi bastante (material não-publicável).

Sem mencionar que sair de 1 para 10 é muito mais fácil do que sair de 0 para 1. Uma vez que você esteja em movimento, o momentum te mantém se movendo (um alô para Newton e sua primeira lei).

A semana 7 foi bem ‘bleh!’. Como eu disse na semana 5, consegui um cliente que demandaria quase todo meu tempo livre. Como o encontro com ela seria diário, eu passaria um turno (ensinando) e basicamente 2~3h de outro turno me preparando. Como tenho atividades à noite, já chegava em casa próximo a hora de dormir.

Minha rotina parecia com isso: acordar às 8h, afazeres, começar preparação de material + estudo às 9h, 12h ler um pouco, almoçar e sair. Trabalhar das 14h às 18h~19h, me ocupar das 19h~21h e chegar em casa por volta das 22h.

Não tenho orgulho em dizer, mas me acomodei com essa rotina.

A síndrome do trabalhador assalariado

Enquanto um trabalho assalariado nos dá segurança, geralmente nós nos acomodamos a ele. A nossa rotina. Se nós não conscientemente adicionarmos esforço, simplesmente nos adaptaremos ao que temos, precisaremos dormir mais, teremos mais preguiça, menos ânimo etc. Isso explica porque muita gente (é o seu caso?) fica presa num trabalho de 9 as 17h, ganhando pouco, mas não se move a mudar de vida.

Mas, me entenda bem, eu não tenho nada contra o trabalho fixo. Aliás, acho ótimo, provavelmente vou começar em algum desses nos próximos meses (afinal de contas, vou me formar engenheiro), porém é a mentalidade do trabalhador mediano que critico. Pessoas com potenciais incríveis sendo desperdiçados por puro comodismo.

Em meu caso, como os efeitos do desafio dos 90 dias estão se esvaindo (foram mais fortes nas 2 primeiras semanas), eu lancei (para mim mesmo) um desafio dentro do desafio (é quase ‘A origem’ isso aqui).

O filme que merecia o Oscar de 2011

Eu quero ser capaz de terminar os cursos CS101, CS253 do Udacity e “Aprenda python do modo difícil” nesse meio tempo e já sair em busca de freelancing. Ou, pelo menos, estudar 3h/dia durante os próximos 14 dias.

Não pense, faça

Numa nota lateral, nessas duas última semanas eu tenho passado por alguns problemas pessoais e notei algo interessante. Quando não estamos bem, tendemos a entrar no modo analítico de pensamento. Passamos a analisar tudo, utilizando nossa mente para tentar prever o resultado das situações (tentando sofrer menos?). Isso é bem ruim, pois seu cérebro nunca vai ser capaz de modelar com precisão a realidade e, quase sempre, ele faz isso muito mal.

Por exemplo, eu passei quase trinta minutos antes de me sentar e escrever esse texto. Fiquei pensando :”mas vai dar trabalho”, “não estou no modo criativo”, etc etc. Até que pensei :”dane-se, vou escrever” e desde então estou escrevendo. Pode até ser que não saia uma obra de arte, mas pelo menos eu fiz o que deveria ser feito.

Se praticarmos isso mais frequentemente, as coisas devem começar a fluir.

Não espere por motivação te atingir – encontre com ela no meio do caminho. Se você quer ser atingindo por um raio, por uma luz, saia na tempestade com uma barra de metal. Grite para os deuses dos raios, desafie eles a te atingir.

Leo Babauta.

  1. Ihh Vou inaugurar … Lá vai !

    “Quando não estamos bem, tendemos a entrar no modo analítico de pensamento. Passamos a analisar tudo, utilizando nossa mente para tentar prever o resultado das situações (tentando sofrer menos?). Isso é bem ruim, pois seu cérebro nunca vai ser capaz de modelar com precisão a realidade e, quase sempre, ele faz isso muito mal.”

    – Modo analítico de pensamento: essa é nova para mim, vou pesquisar pois, fico pensando, pensando pensando e agindo pouco. Talvez seja um caminho.

    “Por exemplo, eu passei quase trinta minutos antes de me sentar e escrever esse texto. Fiquei pensando :”mas vai dar trabalho”, “não estou no modo criativo”, etc etc. Até que pensei :”dane-se, vou escrever” e desde então estou escrevendo. Pode até ser que não saia uma obra de arte, mas pelo menos eu fiz o que deveria ser feito.”

    É Muuuitttoooo difiícil fazer o que deve ser feito, talvez por ser muito simples. Basta iniciar. Este é o problema. Estou em fase de identificar os gatilhos que geram os meus maus hábitos. Gatilhos? Sim, gatilhos. Exemplo quando tendemos a procrastinar, fazemos pois algo nos emperra, nos limite, bloqueia mesmo. Mas porque ? Qual o gatilho, o momento exato que desistimos de fazer algo, é importante identificar este que pode ser um sentimento, ou um evento que nos bloqueia. Existem tantos outros gatilhos que nos levam aos nossos hábitos bons e ruins.

    Fazer o que deve ser feito para mim é superar o gatilho da procrastinação.

    Quanto ao meu Desafio dos 90 dias, do ponto de vista do desempenho está horrível. Porém, estou conseguindo com isso um processo de auto-conhecimento muito grande que está me fazendo sim muito bem.

    Abraços – Luiz Felipe

    1. É muito legal ouvir isso, Luiz!

      Sim, com certeza, todos nós temos gatilhos específicos que nos impedem de fazer o que devemos fazer. Só podemos encontrá-los olhando para dentro ;-)

      Mais e mais eu penso que a verdadeira ação no mundo deve ser leve, sem pressão, algo suave, natural. Enquanto não chego nesse estado, vou empurrando aos trancos e barrancos (e sofrendo com procrastinação!).

      Gosto muito dos seus comentários, sempre observações pertinentes.
      Abração

    2. Paulo, Luiz,

      Quando não estamos bem entramos numa linha racional de conforto dizendo
      que DEVEMOS, MERECEMOS x-y-z prazeres porque precisamos compensar de
      alguma forma o evento que incomoda.

      Eu penso que existem duas
      grandes ponderações nisso. A 1ª é o fato de que teu corpo talvez precise
      mesmo desacelerar pra poder voltar pro eixo e produzir direito; A 2ª é
      avaliar se estamos ouvindo nosso corpo ou justificando racionalmente
      nosso comodismo. As mudanças inesperadas durante o meu processo
      mostraram exatamente isso: meu cérebro precisava respirar pra eu poder
      produzir melhor. E isso está acontecendo agora, de maneira muito melhor
      que antes.

      “Superar o gatilho da procrastinação” pra mim é enxergar no nosso cotidiano as desculpas racionais que damos a nós mesmos pra justificar porque desistimos ou porque não atingimos uma meta. Acabo retomando o assunto do meu relato, o mais importante desse tipo de
      desafio não é o produzir por produzir, é o que vc descobre sobre si
      mesmo que faz tudo valer a pena. E esse aprendizado você leva pro resto da vida e leva pra todos os campos da vida.

      Força pra todos nós! Vamo que vamo! rs

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