Um post de convidado muito bom por Milena Rabelo. Se você gostar (e você irá), você pode entrar com contato com Milena no sarovisck@hotmail.com (“estou usando cada vez menos as redes sociais”). Ela se propôs a colocar projetos pessoais em prática e acompanhou o desenvolvimento do desafio dos 90 dias por aqui. Aqui vai a Milena –
A vontade de sair da zona de conforto ou, como diria minha mãe, “caminhar a segunda milha” começou quando eu voltei de férias em maio. O primeiro passo foi estabelecer quais os objetivos e o tempo que eu me daria para alcançá-los. Tempo é um quesito importante, porque há três anos eu passei pelo mesmo momento de mudança, fui num ritmo frenético e meu corpo não acompanhou. Resultado: fiquei doente e leve quase dois anos pra vida entrar no eixo novamente. Então, me enquadrando na linguagem do desafio, minha frase seria: “Os 180 dias mais produtivos”.
Passo 1: Planejamento
Quando comecei a traçar esses objetivos eu percebi que precisava de muito autoconhecimento. Não é apenas traçar objetivos daquilo que quero, o processo é uma análise séria equilibrando aquilo que eu quero com aquilo que realmente preciso.
Somos bombardeados por um mercado ditando o que ter, como nos vestir, nos dando fórmulas de felicidade. Eu quero uma promoção, agora eu realmente preciso desta promoção ou isso é apenas um tentativa de ter status? Tendo essa promoção, minha vida ficará melhor ou pior? Fui nessa linha de raciocínio e descobri muita coisa a meu respeito. Levei uns 20-25 dias dentro desse processo, defini os projetos, prazo e objetivos. E descobri que este processo é uma dialética constante. Alguns grandes objetivos são centrais, claro, os processos que levam a eles mudam a todo momento porque nós mudamos a todo momento. Ou deveríamos.
Passo 2: A Execução
É exatamente neste ponto que as boas intenções morrem e superlotam o inferno. Minha vida não segue uma rotina e, tentar ajustar meus novos projetos a meu cotidiano nada rotineiro foi difícil a beça. Depois da terceira semana me esforçando sem resultados, os Estrategistas lançaram o desafio dos 90 dias. Trocando e-mails com o Paulo, falamos de diversas coisas e um dos pontos que falamos fez com que eu revesse e mudasse alguns (mentira, foram todos!) pontos dessa execução: qual momento do dia você produz mais.
Isso não é óbvio? Todos sabemos que depois do almoço bate aquela preguiça, ao acordar o cérebro leva um tempo pra carregar o sistema operacional, etc; acontece que eu não tinha considerado essa obviedade na execução. “Que burra, dá zero pra ela” – diria o Chaves.
Bom, com essa “nova” informação, revi meus horários, identifiquei momentos ociosos do meu dia e passei a me dedicar de maneira mais pontual na execução desses projetos. Tudo isso, sem deixar de lado três coisas:
– Dormir 8 horas por noite;
– Rir até chorar de coisas internéticas idiotas;
– Comer a cada 4 horas.
A maior dificuldade com que tenho lidado é com o foco. No trabalho, acredito que sou apenas mais uma lidando com 18 urgências que caem na caixa postal ao mesmo tempo e todas com o mesmo status de “pra ontem”. Já no meu tempo livre, a dificuldade é focar nos meus projetos. A internet é um universo infinito de informação, e um link puxa o outro, que puxa mais 14 assuntos diferentes e, quando eu percebia, era hora de dormir e, do meu projeto, eu tinha produzido muito pouco ou quase nada.
Ainda não cometi meu facebookcídio, mas passei a cronometrar meu tempo de navegação. Cronometrar de colocar o despertador do lado. Eu preciso rir às lágrimas diariamente para relaxar e produzir melhor, só que, 20 minutos me são suficientes, mais que isso é perda de um tempo que deveria estar sendo utilizado em produção, na execução dos meus projetos.
No final de agosto terminaria o prazo do desafio dos Estrategistas e eu me daria nota 4. Nota 4 me baseando em resultado. Eu penso que muito mais que resultados, vivenciar esse desafio é reafirmar que somos capazes, é perceber que ainda administramos muito mal nosso tempo, é provocar uma mudança que segue vida afora! E as mudanças são constantes e sempre, sempre muito trabalhosas. Só que costumam valer a pena! ;)
Muito bom seu relato, Milena :=]
Obrigada Luís!
Paulo, obrigada pelo espaço e, por favor, compartilhe outros relatos também, vamos trocar essas experiências; será enriquecedor pra todos!
Bjs
Como já disse a ela, show de bola esse texto!
Meu insight favorito: “o processo é uma análise séria equilibrando aquilo que eu quero com aquilo que realmente preciso”
Para ser sincero, eu tive sorte de ter escolhido as metas certas, porque nem fiz a reflexão que você menciona.
Paulo,
Eu não acredito muito em sorte, então… tem que ser na unha mesmo, tenho que fazer a lição de casa. E meus caminhos nunca foram os mais fáceis. Nunca tive essa “sorte”… rs E parte dessa falta de sorte foi justamente por não saber avaliar bem esse ponto – o que eu quero com o que preciso. “É errando que se aprende!”.
A minha sugestão (porque é o que estou fazendo agora, inclusive) é fazer essas avaliações, reflexões durante o processo. Produzir apenas por produzir vale de quê? Lewis Carrol tinha toda razão na cena da Alice e do Gato: “Se você não sabe para aonde quer ir, qualquer caminho serve”.
Bjão.
Ótimo texto! e “. A
internet é um universo infinito de informação, e um link puxa o outro, que puxa
mais 14 assuntos diferentes” é uma verdade absoluta! rs
Excelente Texto. Viu estou mudando, quando cheguei no 4º link dos 14 prováveis que iria visitar, me dei conta de que estava lendo sobre ” A preocupação do Ronaldinho Gaúcho em sofrer vaias quando jogar contra o Flamengo” PUTZ, gosto de futebol e ainda não abri mão, mas isso é outro detalhe. Me dei conta, de quê ? De que me comprometi comigo mesmo que hoje iniciaria o desafio dos 90 dias mais produtivos copiando os benfeitores deste blog. Ora Ora, voltando pro foco pensei, deixe este assunto de lado, vai lá vê se eles atualizaram o Blog. Ham Ham. Pude ler este texto maravilhoso.
Já tenho minhas metas descritas e hoje estou fazendo bom uso delas, como? Dando FOCO. Quando falamos em metas, falamos também em nos desafiarmos, com compromisso, quer coisa mais autêntica do que ter compromisso consigo mesmo. Que moral teremos em oferecer um serviço a um cliente se não temos compromisso conosco. Liderança é muito importante, mas como podemos liderar uma equipe se não lideramos a nossa vida. Estou em um processo de mudança continuo e uma de minhas ferramentas é vir aqui e me inspirar.
Obrigado e Parabéns.
Muito legal mesmo ouvir esse, Luiz.
“Viu estou mudando, quando cheguei no 4º link dos 14 prováveis que iria visitar, me dei conta de que estava lendo sobre ” A preocupação do Ronaldinho Gaúcho em sofrer vaias quando jogar contra o Flamengo” PUTZ, gosto de futebol e ainda não abri mão, mas isso é outro detalhe. Me dei conta, de quê ? ”
Esse é o primeiro passo; a gente notar que está fazendo bobagem. É importante não se julgar ou ser muito duro consigo mesmo. Simplesmente perceber:”eita, já me perdi de novo por aí na internet.” Aí você dá um sorrisinho e volta para seus afazeres, sem se pressionar.
“Quando falamos em metas, falamos também em nos desafiarmos, com compromisso, quer coisa mais autêntica do que ter compromisso consigo mesmo. Que moral teremos em oferecer um serviço a um cliente se não temos compromisso conosco. Liderança é muito importante, mas como podemos liderar uma equipe se não lideramos a nossa vida.”
Isso aqui é importantíssimo. Vale para tudo: trabalho, vida, relacionamentos. Muito bom.
Fiquei feliz em saber que você começou seu desafio. Se eu puder te dar uma mão em algo, avisa!
Abração
Oi Luiz.
Primeiramente me perdoe a demora na resposta: 22 dias. Coisa feia, eu sei – pode puxar a orelha. Só que eu tenho uma boa justificativa da demora: mudanças (olha a pessoa querendo aliviar a mancada… rs) . No meio do caminho, tudo virou de cabeça pra baixo e percebi que existem outros caminhos, que eles podem ser mais produtivos, e outras coisas. Mudanças dentro de um processo que já era de mudança requer uma atenção imensa e o trabalho é triplicado. É exatamente o que vc coloca: “quer coisa mais autêntica do que ter compromisso consigo mesmo”? E eu vou até o fim porque a experiência tem sido rica não em “produzir por produzir” e sim pelo processo de aprendizagem em focar para produzir mais e melhor.
E de fato, ter foco, buscar esse controle (porque não é fácil, você se perde em canais de futebol e eu em blogs com videos engraçados – rir é um santo remédio pro estresse, diga-se) não nos ajuda apenas no âmbito pessoal, isso se reflete no profissional também.
E faço minhas as palavras do Paulo: “Se eu puder te dar uma mão em algo, avisa!”
Abs!
Ps. Contato só pelo e-mail que está no texto. Estou sem acessar redes sociais há uns… 20 dias! rs