“Nós precisamos de uma missão, e rápido”, Nelson disse. “Ou nós iremos nos desintegrar e espalhar uma guerra civil pelo império que vai deixá-lo em ruínas que os Mongóis não irão nem se importar em conquistar daqui mil anos”.
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Há alguns dias, durante um vídeo em que falo a respeito de como bati uma meta pessoal, fiz referência a um mastermind do qual faço parte. Fiz uma menção casual, en passant, para explicar um outro ponto não relacionado, mas chamou atenção de bastante gente.
Recebi vários emails no mesmo dia com perguntas como:
“Paulo, que mastermind é esse que você faz parte?”
“Como faço para participar desse grupo que você mencionou?”
Ou, mesmo: “O que é um mastermind?”
Dado o interesse de tanta gente em nossa comunidade, resolvi escrever um pouco mais de minha experiência pessoal com esses grupos de apoio mútuo e como eles podem ajudar no seu crescimento pessoal.
O que mantém a tropa de elite americana gerando resultados incríveis?
A 35ª Divisão da Marinha Americana está se preparando para ir à frente de guerra no sudeste do Afeganistão. De repente, ela desaparece. A seção de Bagram onde a 35ª divisão estava reunida reaparece repentinamente em um campo fora de Roma, no banco oeste do rio Tibet.
O coronel Nelson não sabia ainda, mas sua tropa tinha acabado de ser transportada 2000 anos no passado para a Roma Imperial, no ano de 23 ac. Homens, veículos, helicópteros, munição… foi tudo teleportado.
Havia menos material de suporte do que o ideal, já que a divisão estava esperando ser levada de avião para a frente de guerra no Afeganistão antes de ser misteriosamente teleportada, por isso não estava pronta para o combate.
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O que você acabou de ler é a introdução e a premissa da história “Rome, Sweet Rome”, uma ficção histórica que descreve o que aconteceria se uma divisão de um força armada de elite hoje enfrentasse a famosa Guarda Pretoriana, que guardava o palácio do imperador Romano.
Esse tropa de elite romana teve papel relevante na história, ao defender e algumas vezes mesmo definir qual imperador subia no trono (como foi o caso de Claudius, algum tempo mais tarde). Colocá-la inteira em contato com uma tropa atual (limitada em tamanho e recursos) é um cenário mental e tanto.
Você pergunta: “O que isso tem a ver com Masterminds, Paulo?”.
Já chego lá.
Uma das passagens mais interessantes dessa história curta, que recomendei entre os livros do mês há alguns dias, é um trecho sobre “missões”.
O coronel Nelson convoca alguns oficiais comandantes para um reunião de cúpula assim que ele identifica o que está acontecendo. Por estar em uma situação nova e inesperada, a primeira preocupação de Nelson é fazer com que a divisão não perca a unidade – não desintegre em indisciplina e caos.
Em uma situação confusa, quando não há direcionamento (nesse caso, na forma de liderança), a tendência da energia de qualquer grupo é se dissipar. Para contornar esse problema, ainda que ele próprio não tivesse ideia do que estava acontecendo, o coronel Nelson precisou definir uma missão para manter os homens ocupados (e direcionados).
Ao ler a história do Rome, Sweet Rome, isso foi o que mais me chamou atenção. Mesmo um conjunto de soldados altamente treinados e com habilidades muito específicas podem se perder se não possuírem um direcionamento claro, ainda que temporário.
Fiquei pensando como isso se conecta com nossas vidas, tanto em um nível pessoal, quanto em um nível grupal.
Para o indivíduo, se ele não tem foco em um objetivo, ainda que temporário, a tendência é dispersar a própria energia em atividades paralelas, contigenciais, que não agregam valor permanente. O equivalente de dar vários passos em direções diferentes, chegando no final do dia sem ter ido muito longe — ao invés de dar vários passos em uma só direção e ser capaz de mudar de lugar.
Para grupos de pessoas, o raciocínio é o mesmo. O que pode manter um grupo de pessoas unido é um objetivo comum. Mesmo que cada participante seja competente e altamente bem treinado, o grupo não se mantém coeso se ele não compartilhar uma missão.
Eu poderia ter procurado definições, ter ido em busca das origens históricas do conceito de masterminds, mas acredito que passar a compreensão extraída dessa curta história lhe daria uma compreensão melhor.
Masterminds são grupos de pessoas que se reuniram por compartilhar objetivos parecidos e se mantém próximas como grupo de apoio em busca do sucesso mútuo.
Minha experiência com Masterminds
Você pode pensar em Masterminds como um certo tipo de Conselho de Guerra.
Para os Conselhos, você reúne pessoas altamente competentes em áreas específicas para lhe orientar nos desafios que surgem na vida. Eu, por exemplo, tem uma pessoa cuja opinião respeito em saúde, outra em finanças, outra em relacionamentos, história, estratégia, filosofia, racionalidade, etc.
Sempre que estou perdido/tenho uma dúvida mais séria em cada área dessa, recorro ao que a pessoa escreveu ou já disse (se for alguém próximo, entro em contato e pergunto).
Quando se trata de masterminds, os participantes não precisar ser experts para lhe ajudar. Como o grupo compartilha o mesmo objetivo, é provável que outros participantes tenham passado por dificuldades similares às suas e tenham recomendações para fazer.
Um exemplo pessoal: recentemente, entrei em um relacionamento de longo prazo. E, claro, isso requer uma reestruturação de vida/rotina/objetivos etc. Perguntei aos participantes de um mastermind do qual faço parte (com “filósofoendendores”, uma mistura de pessoas com mentalidade empreendedora que também buscam no conhecimento formas de viver uma vida melhor) como eles lidam com relacionamentos sérios e como fizeram essa reorganização.
Claro, nenhum participante vai ter a resposta definitiva do que fazer. Não existe caminho 100% certo, especialmente nesses casos. Entretanto, só em compartilhar a experiência de vida deles já causaram um impacto positivo na minha forma de abordar a situação.
O mastermind não possui soluções perfeitas, mas possui compartilhamento de experiência de vida. Bem na linha do que Sêneca falou (e nós dos Estrategistas seguimos) no que se trata de conselhos:
Não, eu não sou tão sem vergonha para sair tratando as pessoas quando eu mesmo estou doente. Estou falando com você como se eu estivesse deitado na mesma cama de hospital, sobre uma doença da qual nós dois estamos sofrendo, passando adiante alguns remédios. Então me ouça como se eu estivesse falando para mim mesmo. Eu estou permitindo que você acesse meu lado interior, te chamando para a conversa enquanto eu aconselho a mim mesmo.
— Sêneca
Grupos de mastermind dos quais já participei
Para lhe dar uma ideia de formato, diversidade e conteúdo, segue uma lista curta e alguns detalhes de alguns masterminds que já integrei nos últimos 5 anos.
A Cabana. Um grupo de homens reunidos em torno das dificuldades masculinas em um mundo onde não há muito espaço para o crescimento pessoal do homem (que é “obrigado” a saber tudo e representar a figura do machão). Gerenciado por alguns fundadores do PapodeHomem, esse mastermind era composto de um fórum associado a uns espaço de treinamento. Havia áreas como relacionamentos, profissional, saúde e afins. Hoje, o grupo foi encerrado, mas a comunidade ainda existe pelo país (rolou encontro pessoal ontem da galera de Recife). Surgiu O Lugar, como uma cabana expandida, não limitada a homens.
A Classe Alta. Reeducação financeira e mudança de vida. O objetivo desse grupo era “quebrar com as amarras da classe média” e empedrar os participantes com conhecimento que os levariam ao próximo passo. Com um grande número de pessoas (150), organizado pelo Seiiti Arata, possuía um fórum associado às seções do livro de mesmo nome.
Empreendedores abaixo de 25. Grupo brilhante que tive a oportunidade participar, que incluía um cientista da computação de Harvard, um desenvolvedor brilhante que compõe uma startup recém-adquirida pelo facebook e uma participante da primeira turma do Peter Tiel do desafio de 100 mil dólares para largar a faculdade. A temática aqui era organização da vida em torno das demandas malucas que a carreira empreendedora pode ter na vida de um jovem. As reuniões eram feitas por Skype com acompanhamentos por email.
Hustler’s Junto. Esse é Mastermind que mencionei antes, de filosoendedores. É fechado, composto por pessoas que já se conhecem a algum tempo e já se encontraram também pessoalmente. Mantemos o contato por email e nos reunimos, normalmente em torno de algum livro, com uma frequência mensal, com reuniões quasianuais pessoalmente.
Como se juntar a um Mastermind
Pronto, agora posso responder de modo fundamentado à pergunta “Paulo, como faço para participar desse grupo que você mencionou?”
Esse grupo em específico, o Hustler’s Junto, é fechado e não está aberto para membros, mas claro, há alternativas interessantes que podem até ser mais adequadas para o momento em que você esteja vivenciando agora.
De fato, é uma das minhas aspirações conseguir criar um espaço para nossa comunidade Estrategistas poder se conectar e crescer junta. Há muita gente bacana por aqui, pelos emails e histórias que recebo posso dizer. Objetivo criar novas maneiras de fazer todo mundo interagir em 2016.
Por exemplo, uma ideia que foi muito bem aceita pela lista de recomendações de leitura foi criar um clube do livro, no qual discutiríamos uma leitura escolhida e temas tangentes. Tanta gente interessada me mandou email a respeito que nem consegui responder a todo mundo ainda.
Uma outra possibilidade é você reunir pessoas interessadas e tocar o próprio mastermind, mas costumo recomendar contra isso. A menos que você já tenha alguma experiência, pode te fazer perder tempo e energia coordenar um grupo desses, distraindo você de seu próprio objetivo.
O que faz os masterminds funcionarem não é a reunião de experts, como no caso de seu Conselho de Guerra. É o compartilhamento de uma missão.
Busque espaços de alto nível com pessoas interessadas em objetivos similares ao seu e pronto, sua rede de suporte para o sucesso já está garantida.
ótimo, Paulo, valeu a dica!
Show, bom que curtiu!
Paulo muito bom fazer parte de um Mastermind, quero pode ter essa experiência algum dia, gostaria de ter o meu próprio mastermind, até porque acabei de sair da Faculdade e tenho alguns amigos com a mesma mentalidade, e não queria perde essa essência que tivemos durante os Estudos, se possível poderia nos dar mais algumas dicas ou então escrever um post referente a este assunto, você mesmo mencionou que não indicaria criar um Mastermind, mas não custa tentar neh hehehe….
Obrigado e grande post…
Conheça o verdadeiro Master Mind no Brasil autorizado por The Napoleon Hill Foundation em contatos em todo o Brasil. Acesse http://www.mastermind.com.br
Olá gostaria de participar de um grupo mastermind de pessoas que se reúnem com propósito objetivos Claros metas diárias para melhorar o meu alto desenvolvimento e para ser a pessoa que sonho em ser
Paulo gostei muito da iniciativa fiz a 2 anos atrás o mastermind lince da fundação Napoleon Hill e gostaria muito de participar de um grupo master linda..