Acelerando Sua Jornada Para o Sucesso: Desenvolvimento Pessoal Sem Mimimi

Acelerando Sua Jornada Para o Sucesso:  Desenvolvimento Pessoal Sem Mimimi

Todos nós já notamos pontos fracos em nós mesmos. Seja uma dificuldade em se relacionar com as pessoas, ou problemas com um emprego que não nos realiza, ou mesmo paralisia diante dos desafios da vida. A essa altura do campeonato, eu, você e todo mundo já notou algum “problema” que gostaria de corrigir na própria vida.

Sua jornada para lidar com eles em busca de uma vida mais feliz e bem sucedida caracteriza a procura por desenvolvimento pessoal. Embora a expressão tenha assumido uma conotação bem pejorativa nas últimas décadas, essa jornada de maestria sobre si mesmo e sobre o ambiente é algo tão antigo quanto a humanidade em si.

Eu fundei o Estrategistas com Eduardo para compartilhar o que estamos aprendendo em nossa jornada e como uma tentativa de redefinir esse conceito que se perdeu ao longo do tempo, levando todos nós nessa trilha por uma vida melhor. Respondendo à pergunta de um leitor, compartilho a essência do que aprendi nesses anos para que você possa alcançar resultados em sua vida também.

Olá Paulo, tudo tranquilo?

Nos últimos dias, tenho pensando muito sobre desenvolvimento pessoal, e a verdade é que estou meio perdido, pois existe muita informação em vários sites, pessoalmente tenho lido seu site estrategistas e Life Hacker, porem existe muita informação e creio que seja normal se perder ou não saber por onde começar.

Você teria alguma dica para me auxiliar por onde começar na leitura sobre Desenvolvimento Pessoal?

Desenvolvimento pessoal sempre foi um tópico delicado de se conversar a respeito. Quase todo mundo tem preconceito contra o gênero da autoajuda, já que uma crença que permeia a sociedade de que procurar por melhoria pessoal, principalmente em livros, é coisa de gente “fraca”. Se alguém o encontrar lendo sobre desenvolvimento pessoal? Você recebe um título de “mente fraca”, que não sabe o que fazer da vida e que acha que vai encontrar ajuda num livro.

Não sei de onde vem essa crença para ser exato, mas posso desconfiar: lá no fundo, não gostamos de mudanças. Elas sinalizam inconsistência, que era uma característica de baixíssimo valor social nas comunidades primitivas. Afinal de contas, você não quer confiar sua vida durante uma caçada a alguém imprevisível, que vive mudando de opinião, certo?

Também não ajuda o fato de boa parte do gênero ser pura porcaria. O sistema se aproveita das pessoas que estão em um momento vulnerável (claro, ninguém procura ajuda quando tudo vai bem) para usar cada falha na psicologia humana de modo a convencê-las de que a resposta está naquele livro. Ou naquele curso. Ou naquele seminário. Apela-se para o nosso senso de importância (“o universo tem algo reservado para mim”), para a pseudociência (“As leis da física quântica dizem que tudo que vai volta”), para a (dis)sabedoria popular, para deus, para tudo.

Contudo, isso não significa que não haja valor em buscar ser uma melhor pessoa. Óbvio que há. Afinal de contas, mudança é algo inevitável. A vida vai te bater na cabeça com um martelo chamado sofrimento para todo o sempre, na esperança que te faça uma pessoa melhor. Por que não tentar contornar algumas pancadas dessas, aprendendo com a experiência alheia, e acelerar o processo?

Você só precisa assumir que pode ser uma versão melhor de si mesmo (o que é uma premissa plausível); a partir daí, trata-se de buscar experiências e conhecimento para fazer isso acontecer.

Desenvolvimento Pessoal Sem Armadilhas

O caminho do desenvolvimento é uma jornada e não uma corrida. Isso significa que ele não possui linha de chegada e não é uma competição entre pessoas. Cada um se move em seu ritmo. Cada um, com o tempo, identifica o que precisa ser melhorado e testa estratégias para tanto.

Estou há alguns anos nessa pegada e tenho experimentado resultados reais. Muitas tentativas falham, outras funcionam com variados graus de sucesso. Ao receber a pergunta acima, eu pensei, quase dois anos depois desse post, como falar de desenvolvimento pessoal. A sequência de mudanças abaixo é aquela que faz mais sentido dentre as coisas que você precisa melhorar para crescer como pessoa.

1. Refine sua visão de mundo

cavalo amarrado a uma cadeira
Quando você é limitado por suas crenças (errôneas)

É um pouco difícil de mensurar, mas sua visão de mundo tem um impacto ridículo no que você acha que é possível e nos modos como alcançar o que deseja. Quem nunca esteve numa situação em que um amigo estava passando por um problema e era óbvio o melhor caminho para ele lidar com a situação, mas por ele ter uma crença limitadora ou outra não conseguia enxergar?

Agora, você (assim como eu) está preso em crenças e concepções limitantes, irreais, que foram absorvidas do mundo a sua volta. A chave é : elas são irreais.

Você nunca vai poder agir bem sobre um território se você tem um mapa impreciso. É por isso que a primeira coisa que recomendo para pessoas que estão em busca de mudança de vida é sempre um certo conjunto de livros. Eles ajudaram a mudar minha visão de mundo, a deixar o meu mapa (crenças sobre o mundo) mais fiel ao território (realidade em si), de modo a me permitir operar mais próximo do mundo real, fornecendo-me mais chances de sucesso.

Você pode pegar recomendações de leitura aqui, mas o top 3 livros que recomendo a todos:

2. Envolva-se com atividades transformadoras

Dança de Salão

Há um conjunto de atividades que vai lhe transformar de modo positivo de uma maneira que eu não consigo colocar em palavras. Só vou dizer o seguinte: confie em mim e dedique algumas semanas a elas, como eu já confiei em alguns amigos que me recomendaram quando eles foram incapazes de verbalizar o como.

Algumas das quais já me beneficiei:

  • Taekwondo
  • Dança de Salão
  • Terapia
  • Voluntariado
  • Percussão

E estou sempre em busca de outras. São atividades que ensinam muita coisa sobre a vida de modo indireto e, ao mesmo tempo, me fazem sentir vivo. Meio surreal mesmo.

3. Mude a forma de pensar

Orangutan_thinking

Esse ponto aqui deveria ser o primeiro, mas como você é estúpido, coloquei em terceiro. Não se sinta mal, eu sou igualmente estúpido. Falo de estupidez aqui em um nível biológico: nosso cérebro não está adaptado para nos ajudar a navegar nesse mundo complexo. A única maneira de motivar você a melhorar a forma como pensa é mostrar a discrepância entre o que você vê e o que o mundo é, objetivo dos primeiros passos.

Se eu chegasse aqui e puxasse um papo sobre vieses cognitivos e falácias, provavelmente não teria sua atenção. Você pensaria “é, já li sobre isso por aí, não é tão importante”. Mas quando a ficha cai por conta própria do quão estúpido você tem sido, aí sim você busca a mudança.

Voltando ao papo sobre o cérebro: você tem um sistema operacional de última geração funcionando em uma máquina adaptada para lagartos. Isso significa que sua mente é capaz de realizar tarefas extraordinárias, mas como o equipamento é “defeituoso”: ela comete erros obtusos, sem você notar. Enganos esses, frutos do descompasso entre o ambiente para qual o homem está adaptado e o ambiente em que ele vive. Claro, sem mencionar os próprios erros de programa: não fomos bem preparados para pensar bem (ao contrário do que imaginamos), então temos que contar com esses erros também.

A nós, sobra então descobrir como melhor usar o cérebro e como contornar esses defeitos de fábrica. Há bastante discussão a respeito na psicologia e na economia, especialmente a comportamental. Livros referências na área, focados em marinheiros de primeira viagem:

4. Crie sua própria ética e explicite seus valores morais

ethics

Ninguém tinha me dito isso até eu me deparar com Sebastian Marshall (autor do Ikigai acima). Olhando agora, parece óbvio: você precisa definir seus princípios morais e as coisas que valoriza na vida. Isso vai se tornar sua bússola durante as várias decisões que você vai tomar na vida.

Enquanto que você pode sentar agora, fechar os olhos e definir os valores, seguindo sua vida de acordo, essa não parece uma saída boa. Eu costumo ficar surpreso quando conversando com certas pessoas, elas falam sobre o que querem e o que valorizam na vida como se fosse a trajetória mais especial possível, embora eu reconheça algo que alguém já pensou milhares de anos atrás e escreveu a respeito. Por exemplo: “o negócio é curtir a vida mesmo, a gente não sabe o dia do amanhã”. Sim, você já ouviu falar do hedonismo, amigo?

O ponto é que todo sistema formal de crenças/valores de vida que já foi estudado ao longo da história tem prós e contras, e pode fazer sentido para você ou não. Se a pessoa está em um momento da vida em que valoriza muito o prazer, talvez porque passou por uma experiência traumática de quase morte e agora quer “curtir” a vida, talvez o hedonismo faça sentido. Mais na frente, quando essa mesma pessoa estiver mais preocupada com deixar um legado ao invés de acumular prazer, o sistema de coisas que o hedonismo prega não vai ser útil para ajudar aquela pessoa a ficar mais perto de seus objetivos.

Por isso, aprendi com Sebastian a estudar várias correntes filosóficas e um amplo conjunto de valores morais para absorver aquilo que faz sentido para meus objetivos de vida. Quando estou lendo a respeito de certa época histórica, tento me imaginar na mente dos personagens, vendo o que eles objetivam, o que valorizam mais e contra o que lutam, de modo que eu possa absorver valores e lições dali para minha própria jornada.

Pode parecer exaustivo, mas é um processo que já acontece, em certo nível, de modo inconsciente com todo mundo. Ao ler um livro, você se identifica com um personagem e aprende algo sobre a jornada dele para levar para vida. O que estou propondo é fazer isso de modo consciente: expor-se a vários períodos da história entre várias culturas para entender um pouco melhor a natureza humana e absorver os valores que lhe deixam mais forte.Sem mencionar que uma das coisas mais repugnantes que conheço é o relativismo moral, “mas aquelas pessoas também estão furando fila, por que eu iria respeitar quando ninguém mais respeita?”.

Como Vicente Falconi, lendário gestor que mudou o cenário da administração brasileira, colocou bem nesse excelente hangout sobre sua vida:

“As decisões, na verdade, são fáceis, desde que a decisão que você tome esteja em linha com seus valores, não tem dificuldade, nenhuma dificuldade. As situações se apresentam e você naturalmente vai escoar para aquilo que tem algo mais alinhado com seus valores e o resto você rejeita naturalmente. Por isso é que os valores são tão importantes. […] Porque se você tem os valores certos, as decisões são muito fáceis. Não tem decisão difícil. Decisão difícil é aquela que você toma contra seus valores, aí é que fica dureza. […] Tem gente que só toma decisões erradas na vida é porque os valores estão errados.”

5. Experimente com formas de gerar dinheiro

dinheiro

Chegará um ponto na vida em seu crescimento pessoal que as coisas legais que você quer viver, o impacto que você quer causar, serão todos limitados pela sua forma de ganhar sustento. Serão necessários, portanto, modos mais sustentáveis de gerar renda, principalmente que se alinhem com seus objetivos.

Por exemplo, se você quer criar uma ONG na sua cidade, você pode viver com uma jornada de trabalho menor, de modo a ter mais tempo contíguo livre. Por ser na sua cidade, onde supostamente você já está estabelecido, tem casa, etc,pode optar por um salário menor, se for o caso. Se o objetivo é viajar o mundo, trabalhar remotamente é uma saída, assim como abrir empresas baseadas na internet.

Quando eu falo experimente é porque quero destacar o quão experimental o processo será. Sempre vai ter um guru para lhe ensinar a ganhar dinheiro na internet (que só ganha dinheiro ensinando isso as pessoas, uma recursão irônica),mas é bem mais difícil do que aparenta, embora seja possível. E claro, a mentalidade requerida é outra: ganhar dinheiro com a internet (propensão a se envolver com scams e golpes) ou fornecer valor a vida das pessoas usando a internet como plataforma?

Ter o mindset correto também ajuda a enxergar melhor as oportunidades, que nem sempre se apresentam no formato “ganhar dinheiro passivo na internet”. Uma literatura boa para isso:

6. Mantenha-se aprimorando o processo

Way_of_St._James
Aproveite o caminho. É tudo o que você tem.

Ao contrário do que um guru-com-todas-as-respostas falaria, esse não é um projeto com passo a passo claro e linha de chegada definida. É uma estratégia para você navegar pela vida, garantindo que está, ao menos, cada dia melhor que o dia anterior. De um modo geral, há pouquíssimas perguntas complexas com respostas simples; a maioria assume o formato de algum treinamento.

Crescer como ser humano não poderia ser diferente. Uma vez que você está refinando sua visão de mundo, engajando-se em atividades transformadoras com frequência, evoluindo sua ética e prezando por seu conjunto de valores, e ganhando dinheiro de modo sustentável, isso significa que você está vivendo uma vida que vale a pena ser vivida. E é aí que reside a (minha) felicidade.

  1. Estou gostando muito do seu site, Paulo. Acho que já li quase todos os artigos daqui e muito dos seus no “Papo de Homem”. Estou em uma fase particularmente difícil e suas postagens tem me ajudado e enxergar um pouco de luz no fim do túnel. Obrigado e que Deus te abençoe.

  2. Paulo parabéns pelo trabalho excelente. O Sebastian Marshall não tem nada traduzido para o português? Obrigado

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