[GUIA] Como Conseguir Sucesso Sem Diplomas, por Michael Ellsberg

[GUIA] Como Conseguir Sucesso Sem Diplomas, por Michael Ellsberg

Uma frase que você verá muito hoje em dia é “Ensino Superior requerido, Diferencial: Mestrado”. Um artigo recente no New York Times tinha o título de “Os mestres como os novos bacharéis” e terminava com a seguinte pergunta:

Dada a quantidade de pessoas que estão fazendo mestrado para se sobressair entre os bacharéis, os doutores se tornarão os novos mestres?

Essa ansiedade em torno dos credenciais educacionais (diplomas) lançou um milhão de críticas pela nação…

“Bem, se eu não tenho bacharelado, é melhor nem pensar em pegar um emprego no qual ele seja obrigatório!”. Ou, para aqueles que têm um bacharelado: “Bem, diploma superior é como ter um diploma de ensino médio. É melhor voltar à universidade de modo que eu possa gastar dois anos e outros 50~100k dólares para conseguir um mestrado. Desse jeito, eu posso me sobressair de quem só tem um diploma e competir entre os que têm mestrado de modo justo.”

O objetivo desse artigo é igualar o campo para você, sem diploma superior, mestrado ou MBA, sem gerar débito estudantil. Você pode conseguir esses diplomas por outras razões (se você sentir que vai enriquecer sua vida, por exemplo). Mas nunca mais sinta que eles vão te dar uma vantagem massiva numa busca por empregos ou numa oportunidade econômica. Para sua busca tradicional de emprego, essas vantagens são muito superestimadas. Elas podem ser contornadas e superadas. [1]

Esqueça o mercado formal – Foque no mercado informal de trabalho

Com 25 anos, Eben Pagan tinha um currículo que consistia em ter largado a faculdade comunitária depois de um semestre, ter feito um tour com uma banda de rock cristã e várias passagens por trabalhos manuais. A maioria das pessoas diria que esse currículo qualificaria Eben para uma vida onde ele sempre perguntava: “Você gostaria de batatas-fritas para acompanhar seu prato?”.

Pensando que ele poderia entrar para o mundo dos corretores de imóveis, Eben se matriculou em um curso de um agente de marketing e vendas para corretor de imóveis de nome Joe Stumpf.

Imediatamente reconheci que eu tinha que de algum modo trabalhar para esse cara e sugar o conhecimento dele. Mas eu não sabia como iria fazer isso. Aqui estava ele, liderando um grande número de workshops ao redor do país e eu estava mal ganhando para me sustentar.

Muito provavelmente, se a empresa de Stumpf tivesse divulgado vagas disponíveis (e não tinha), essas vagas teriam todo tipo de requerimento. Eben, com o seu currículo sem brilho, não teria nem chance.

Isso, contudo, é onde Eben começa “hacking” (algo como contornar) o conceito de diplomas e requerimentos para empregos.

“Eu comecei ligando para os atendentes de telemarketing. Estes caras estão tentando te vender algo, então eles falarão com qualquer um! Eu disse a eles sobre minha experiência no workshop e me tornei amigável com eles. Descobri que todos eram fãs de Tony Robbins. Certa vez, encontrei esse conjunto de fitas de Tony Robbins em um bazar por dez pratas, então embalei as fitas e enviei-as para eles. Coisas do tipo.

Um dia, eles me enviaram algumas fitas de áudio do Joe. Eu liguei para eles e disse, “O áudio nesse programa não está bom”. Eu tinha experiência em áudio com minha banda há algum tempo. Então, Eu falei com o gerente geral da companhia e fui trabalhar para eles, primeiro fazendo audiovisual para os seminários ao vivo. Eu trabalhei lá por 3 anos, galgando postos.”

As habilidades que Eban aprendeu nestes anos, estudando um mestre em nível mundial em marketing e vendas, o preparou para os massivos sucessos em negócios que ele teve no resto de sua carreira. Logo depois, Eben começou a vender infoprodutos (principalmente ebooks, sites de comunidade, treinamentos online e workshops presenciais) na internet. Hoje, a empresa de Eben, Hot Topic Media, gera em torno de 30 milhões de dólares por ano em vendas e emprega quase 70 pessoas ao reder do globo. Ele é um multimilionário por conta própria e nunca mais teria que trabalhar outro dia em sua vida se ele não quisesse. Ele gerencia seus negócios a partir do seu Macbook (um laptop) e gasta o tempo dele ou trabalhando de sua casa em Nova York (com uma vista majestosa do Empire State Building) ou de seu escritório-casa em Miami.

A história de como Eben conseguiu esse primeiro emprego demonstra uma distinção que será crucial para você em busca de oportunidades pela vida, não importa o status de seus diplomas.

É a distinção entre o mercado formal e o mercado informal de trabalho.

O mercado informal de trabalho compreende todos os trabalhos que não são preenchidos através de alguém respondendo a uma oferta de emprego. Normalmente, estes empregos são preenchidos através de relacionamentos. Ou há uma posição na firma que precisa ser preenchida e um empregado conhece alguém qualificado, ou a empresa quer trazer uma pessoa específica que eles conhecem para se juntar ao time e criam uma posição para aquela pessoa do nada.

Se você googlar mercado informal de trabalho, você descobrirá algo chocante: de acordo com várias estimativas (CNN, CBS, MSNBC e NPR) algo em torno de 80% dos empregos são preenchidos informalmente. Em outras palavras, 20% dos empregos são preenchidos por pessoas respondendo a anúncios de emprego (o método de busca primário para a maioria das pessoas).[2]

Então, como 80% das contratações, que ocorrem no mercado informal de trabalho, acontecem? Da maneira como o Eben fez: construindo um relacionamento profissional com pessoas de dentro da empresa que realizam a contratação, muito antes do contratar ser feito.

Conexões. Referências. Conhecer pessoas que conhecem pessoas.

Isso significa que, no vasto mercado informal de trabalho, relações humanas e uma rede sólida de contatos são muito mais importantes que média curricular.

Ainda assim, quase todos os conselhos educacionais e de carreira que você receberá (focado em fazer seu curriculum perfeito para recrutadores) otimizará você para competir no restrito e muito mais difícil segmento formal de trabalho, sendo que o mercado informal de trabalho é muito maior e mais fácil de conseguir sua entrada.

Empregadores requerem habilidades, não diplomas

Qual a relevância do conteúdo de um curso superior ou de um mestrado para um típico trabalho corporativo? Na maioria dos casos, nenhuma. O que empregadores realmente querem dizer quando eles falam, “curso superior requerido, pós-graduação preferida”, é que eles querem prospectos com um determinado conjunto de qualidades, traços de caráter e atitudes. Especificamente, eles estão procurando por habilidades organizacionais, a habilidade de seguir instruções e cumprir prazos, raciocínio crítico, capacidade de se comunicar e escrever bem, habilidades de busca etc. Mais, eles querem candidatos com uma maturidade geral, estabilidade, perseverança, respeito por autoridade e ética de trabalho requerida para sobreviver a anos de faculdade.

No mercado formal de trabalho, não há caminho fácil para empregadores rapidamente acessar todos esses traços sem algum tipo de ferramenta para objetivar o processo. O nível de instrução se tornou essa ferramenta.

Então, sejamos claro sobre uma coisa. Dizer que uma graduação ou pós é “requerida” para fazer um certo serviço é bobagem. Esses diplomas não são realmente necessários para fazer bem o trabalho. Eles servem como uma conveniente ferramenta para os recrutadores vasculharem pilhas de currículos no mercado formal de trabalho. É isso, nada mais.

Sua inteira graduação e os vários anos de esforço são reduzidos a um simples “check” usado para filtrar os currículos.

Para uma pessoa buscando por trabalho ou oportunidade econômica, todo esse sistema de filtragem de oportunidades é ineficiente.

E se você focasse no mercado informal de trabalho, que é vastamente maior e mais acessível (especialmente se você aprender o básico sobre networking)?

A filtragem e seleção no mercado informal de trabalho não acontece através de notas, diplomas, números ou letras.

O processo está inserido nas relações humanas: quem você conhece e quem conhece você? Ele acontece sobre camadas de confiança, credibilidade e reputação que ocorrem naturalmente com o contato humano, com redes sociais offline.[3]

Assim, ao buscar uma oportunidade de emprego dentro do mercado informal de trabalho, seu networking, conexões e habilidade de criar relações são muito mais importantes que suas habilidades acadêmicas obtidas com testes. (Eu darei alguns indicadores específicos sobre como começar a aprender essas habilidades do mundo real em um instante)

Diplomas e títulos não são irrelevantes no mercado de trabalho sem propaganda. Todo o resto sendo o mesmo, ainda é melhor ter mais formação educacional do que menos. Mas esse “todo o resto sendo o mesmo” é o matador, porque dentro dele está incrustrado o “resto” que realmente importa no mercado informal de trabalho: credibilidade social, indicações, sua reputação online e offline e seu portfólio de resultados demonstráveis alcançados no passado.

Desse modo, o mercado informal de trabalho permite muitos meios criativos de contornar os “requerimentos de trabalho”, por simplesmente desenvolver relações com os empregadores, como Eben fez. Pessoas gostam de dar oportunidades econômicas para pessoas em quem conhecem e confiam. Requerimentos que se explodam.

Crie suas próprias credenciais, crie seu próprio trabalho

A maioria das pessoas não sonhariam em abrir um centro de desenvolvimento de bem estar, cobrar 500 dólares por hora para fazer trabalho de coach com clientes VIP do mundo corporativo em perda de peso, se eles já não tivessem algumas credencias muito relevantes na área (pelo menos um registro de especialista em dieta, se não um mestrado ou doutorado em nutrição).

A menos que você fosse minha mulher, Jena la Flamme. Então você faria sem mesmo ter um curso superior.

Jena largou a faculdade no segundo ano para viajar pela Índia por dois anos usando 6 mil dólares que ela ganhou ensinando inglês em Martinique. (Você pode ganhar uma excelente educação sobre o mundo real viajando pela Índia por 3000/ano, o que é muito mais barato que a maioria das faculdades.)

Ela teve que batalhar contra o excesso de comida e a compulsão alimentar na adolescência e estava sempre tentando perder 10 kg. Através de autoeducação em comida e nutrição, ela finalmente foi capaz de dar fim à luta contra a comida e perder o que precisava. Ela começou a trabalhar como coach com outras mulheres ensinando a como fazer isso, inicialmente cobrando 100 dólares por hora.

Ler “Trabalhe 4 horas por semana” (link) inspirou Jena a construir um escritório de apoio com outsourcing indiano, o que permitiu que ela lidasse com o alto volume de negócios e alavancou suas sessões em larga escala, oferecendo aulas na internet para várias pessoas. Ela começou a estudar marketing e vendas (aprendendo muito com Eben Pagan) e seu negócio explodiu.

Logo, o tempo de Jena se tornou tão escasso enquanto o negócio crescia que, se os clientes quisessem acesso ao treinamento dela, eles teriam que começar a pagar mais e mais por ele – $200/hora, então $250, então $300, daí para cima. Hoje ela cobra mais do que muitos advogados e doutores em psicologia pela hora de trabalho.

As credenciais dela? Muitos seguidores online, conteúdo grátis em seu blog e na lista de email, uma grande quantidade de depoimentos de ex-clientes, a reputação e imagem pública obtidas através de um grande marketing e a história pessoal dela.

Jena criou as credenciais profissionais dela.

Ao final desse post, você saberá como criar as suas.

Objeções comuns e a falácia do portfólio nas páginas amarelas

“Mas quanto mais diplomas você tiver, mais você ganhará, em média!”

Sim, isso é inegável. O Conselho das faculdades reportou a renda média para várias graduações em 2010. Aqui o que eles encontraram:

– 2º grau completo= $ 33.800
– Curso Superior = $ 55.700 (65% mais alto do que aqueles com ensino médio apenas)
– Mestrado = $ 67.300 (21% maior do que apenas ter curso superior)
– Doutorado = $ 91.900 (36,5% maior do que ter apenas mestrado)

Contudo, essas estatísticas sofrem de um grave problema. Eu chamo de a falácia do portfólio das páginas amarelas.

Imagine investir um milhão da seguinte maneira: Você liga para as companhias nas páginas amarelas (lista telefônica), em ordem alfabética, e veja se eles vendem 10% das empresa por $ 100.000. As primeiras 10 empresas que disserem “sim” vão completar seu investimento.

Esse é o seu portfólio de um $ 1 milhão.

Agora, compare o futuro financeiro de duas pessoas que tem um investimento idêntico (ações, títulos, imóveis, etc) exceto que uma pessoa também tem esse um milhão extra no portfólio das páginas amarelas. Quem ganhar maior retorno para os investimentos em geral?

Tudo sendo igual, a pessoa com o portfólio nas empresas das páginas amarelas.

Portanto, você deveria investir um milhão de dólares nesse portfólio também.

Uh, na realidade, não. Isto é a falácia do portfólio das páginas amarelas em ação.

Todo o exemplo acima sugere que ter uma adicional 1 milhão de dólares em capital (não importando o quão estupidamente investido) é financeiramente superior a ter um milhão a menos em capital.

O exemplo não diz nada sobre a melhor maneira para você investir seu milhão!

As estatísticas acima do conselho das universidades, que são a base para praticamente todos os argumentos públicos sobre as vantagens financeiras da educação superior, estão sendo enrolados pela falácia acima.

Tudo que eles mostram é que, em média, pessoas que investiram mais no aprendizado ganham mais. Grande coisa. Eles nunca vão responder a pergunta mais importante: gastar seu dinheiro e tempo para conseguir diplomas é a melhor maneira de investir no seu aprendizado continuado?

Eu não tenho certeza de como testar essa questão com nada próximo ao rigor científico. Contudo, nós temos vistos que os diplomas (credenciais formais, de uma maneira geral) tem uma importância muito maior no mercado formal de trabalho (que é a menor parte do mercado de trabalho). Mais baratos e mais informais meios de desenvolver carreira, como aprendizado para se tornar uma pessoa cheia de contatos (networker) à la Eben Pagan, têm um impacto muito maior para seu bolso no mercado informal de trabalho, que é vastamente maior.

Então, meu palpite não-científico é que, fora dos campos de ação nos quais os diplomas são legalmente requeridos, há meios muito mais eficientes de investir na sua capacidade de fazer dinheiro do que adquirir mais diplomas. Da mesma forma que há melhores maneiras de investir um milhão do que em empresas das páginas amarelas.

“Mas diplomas são uma vantagem no mercado competitivo.”

Sim, e seria uma vantagem para aumentar a atração da minha esposa por mim se eu aparecesse no próximo encontro com um terno Alexander Amosu de $ 100.000 dólares.

Falar sobre uma vantagem em termos absolutos, sem compará-la com os custos e benefícios de outras opções (i.e. custo de oportunidade) não faz sentido.

Para estender a analogia: dados os recursos disponíveis para mim, há modos de aumentar e manter a atração da minha esposa por mim que seriam mais efetivos, por dólares gastos, do que comprar um terno de 100.000?

Usando o príncípio 80/20, eu posso pensar em algumas coisas que encaminhariam o processo em 80% no sentido de aumentar a atração dela por mim, sem ter que gastar muito dinheiro. Talvez um poema bem escrito, uma refeição feita por mim, uma massagem em seguida. Eu poderia viver sem os 20% extra de atração que o terno iria conseguir para mim (por mais descolado que ele seja) e me pouparia esse dinheiro para outras coisas, como uma casa para nós.

Não há nenhuma dúvida que aumentar o nível da educação formal pode te dar uma vantagem. A questão é: será essa a melhor vantagem que você pode comprar com a quantidade de tempo e dinheiro que você está gastando?

Um mestrado, por exemplo, pode te custar dois anos e até 200.000 dólares (as melhores universidades americanas são pagas). Claro que te trará vantagem. Mas a vantagem primária que ele te dará é passar nos filtros do mercado formal de trabalho, onde há coisas como “requerimentos de emprego”. Se você for criativo no mercado informal de trabalho (e fora de áreas legalmente licenciadas como medicina e engenharia), a noção de requerimentos de emprego é – como vimos – negociável. Assim, a vantagem que o mercado te traz é muito menos saliente.

Eu poderia pensar em várias maneiras para gastar 100 mil dólares em dois anos e te trazer uma melhor vantagem no mercado informal de trabalho, ao invés de ter um mestrado ou mesmo curso superior. De fato, eu vou te dar um exemplo de como você poderia gastar uma pequena parcela dos 100 mil e obter resultados superiores.

“Então… o que eu devo fazer?”

Não há nenhum dado (e não acho que um dia vá existir) sobre qual é o melhor jeito de investir em seu próprio aprendizado. Há apenas dados mostrando que mais investimento em seu aprendizado é melhor que menos. (Duh!)

Na ausência de qualquer dado sugerindo o melhor investimento no aprendizado, você precisará seguir seu instinto.

Se seu eu interior diz que você deve investir em seu próprio aprendizado, não deixe que os vendedores das universidades te assustem. A outra opção, claro é gastar anos da sua vida em um curso superior ou pós-graduação, indo em um débito massivo a fim de acumular ainda mais diplomas, de modo que você possa “concorrer” com milhões de outros obtendo exatamente os mesmos diplomas que você todo ano.

Se você decidir fazer um investimento mais informal em seu aprendizado para o sucesso, por toda sua vida e carreira, meu livro (link) foi feito para te apontar um caminho por onde começar.

No espírito da blogagem, contudo, eu gostaria de te dar uma robusta ideia de como sair por aí investindo em seu próprio sucesso no mercado informal de trabalho. Este conteúdo é original para esse post e não está nem em meu livro.

Na apresentação dessa ideia geral, eu assumo que você esteja atualmente desempregado e que você está disposto a gastar todo o seu tempo livre em esforço para encontrar um emprego ou criar um prática ou negócio. Em outras palavras, você está inclinado a gastar todo o tempo que de outra maneira você gastaria em páginas de anúncios em jornais na seção de emprego, enviando currículos e cartas de recomendação.

Eu não segui exatamente o caminho abaixo – meu caminho foi muito mais randômico e sinuoso, e me levou 10 anos através de tentativa e erro. Ao invés disso, tentei destilar o que aprendi nessa década em algo simples e claro que poderia ser seguido para uma pessoa focada e determinada ao longo de um ano. Se eu fosse fazer tudo de novo, faria assim.

Passo 1: Escolha Seu Novo Campo de Atuação

Calendário: Mês 1

Descubra o campo no qual você gostaria de construir sua carreira. Você não precisar ter ótimas (ou qualquer) diploma nele. Como eu disse mais cedo, quanto mais criativo e menos regulado o campo é, mais susceptível a esse tipo de emprego que vamos criar. É mais fácil contornar credenciais de emprego em programação, design, escrita, vendas, fotografia, multimídia, Artes e empreendedorismo, ou em geral situações como “Eu preciso de um emprego, qualquer emprego!”, do que em contabilidade, advocacia ou medicina.

Então, antes de proceder para o próximo passo, você precisará escolher um campo cujas credenciais formais de trabalho (normalmente diplomas) você gostaria de contornar. Meu campo de escolha foi escrita comercial.

Custo: $ 0

Tempo: Uma epifania no chuveiro, uma longa caminhada na praia, algumas horas surfando no Google.

Passo 2: Faça um Estudo de Caso de seu Aprendizado

Calendário: Meses 1 e 2

Nesse passo, você vai começar um blog simples detalhando sua jornada para aprender tudo o que há para aprender no campo escolhido.

Mas antes, você precisará iniciar o processo de aprendizado: leia um livro profissional de negócios ou no modelo “como se faz” relacionado a seu campo de atuação por semana. Escolha uma mistura de clássicos com alguns dos livros mais obscuros que você descobrir durante sua pesquisa. Estes livros são tipicamente escritos por praticantes ativos em seu campo; eles não são livros abstratos escritos por teoristas, que tendem a receber destaque em programas acadêmicos. Assim, estes livros (escritos por praticantes reais e de sucesso) serão infinitamente mais valiosos em termos de experiência no “mundo real”.

Então, escreva um post no blog cada semana detalhando exatamente o que você aprendeu do livro daquela semana.

Isso mata pelo menos 10 passarinhos com um tiro só:

1 . Você consegue educação por ler livros práticos relacionados a sua área de atuação

2. Você demonstra a potenciais clientes/empregadores que você entende o conteúdo relacionado com o campo escolhido.

3. Você demostra sua inclinação e curiosidade para continuar se atualizando em seu campo de conhecimento.

4. Você demonstra sua habilidade de realizar pesquisas.

5. Você demonstra sua habilidade em escrever bem

6. Você demonstra sua habilidade em pensar de modo crítico

7. Você demonstra sua criatividade

8. Através de sua escrita, você desenvolve e demonstra sua personalidade profissional única e seu caráter, te destacando dos zilhões de currículos sem personalidade

9. Você desenvolve e demonstra sua habilidade em mídias sociais

10. Você começa a desenvolver sua marca profissional, não como uma pessoa buscando emprego na área, mas como um líder de pensamento nela.

Custo: 120 reais por ano em hospedagem (ou grátis, se você me perguntar como); 20~40 reais por livro ou 0 reais na biblioteca.

Tempo: Uma hora para configurar um blog wordpress (ou menos, se você me perguntar como). 10 horas por semana para ler dois livros, 4~10 horas por semana para escrever dois textos para o blog. Faça isso por dois meses inicialmente, de modo que você acumule um portfólio de 16 artigos.

Passo 3: Aprenda os básicos de um bom Networking

Calendário: Ainda meses 1 e 2

Ser um bom networker (pessoa que faz networking; alguém bom em criar rede de contatos) não é uma habilidade opcional se você quer se sucesso no mercado informal de trabalho. É A habilidade. Você também precisará ser bom no que faz e bom em vendas (nós focaremos nisso já já). Mas sem uma base firme de networking, você não chegará a lugar algum.

Aqui está uma aula de 1 hora de duração que eu dei sobre “como se tornar um networker em nível mundial“. É o melhor passo a passo de um bom networking que eu conheço e ele inclui duas apresentações ao vivo de habilidades de networking em ação.

Eu fiz essa apresentação na turma inaugural dos Thiel Fellows: 24 pessoas abaixo dos 20 anos, cada qual está recebendo 100.000 dólares do Peter Thiel para largar a faculdade por dois anos e construir negócios. Como eles não estão objetivando obtenção de diploma, estes jovens brilhantes vão precisar aprender tudo o que mencionei a vocês.

Se você gosta mais de ler, aqui está um post similar sobre “como se tornar um grande networker“. Em minha experiência, a grande maioria das pessoas falam de networking da maneira errada. O vídeo e o artigo mostram a você como ser uma das poucas pessoas que faz isso direito.

Seguindo o conselho no artigo, encontre 3 donos de negócios por mês que você já conhece (pessoalmente ou online). Ao longo dos próximos 2 meses, tenha conversas com eles sobre o quais são os desafios deles, então dê o seu melhor para começar a ser útil para eles. Ao final de 2 meses, você terá 6 novos fãs. E eles são fãs muito bons de se ter, porque donos de negócios conhecem outros donos de negócios.

Você começou a construir o que eu chamo de “economia social” – um círculo de bem-sucedidos donos de negócios aos quais você dá suporte, durante o período que você avança por esse passo a passo. Isso será sua chave secreta para o sucesso no mercado informal de trabalho.

Custo: 0 reais

Tempo: 20 horas por semana pelos primeiros dois meses. Depois disso, encaixe tanto quanto possível entre as tarefas dos próximos passos

Passo 4: Dentro de Sua Economia Social Amigável, Comece a Trabalhar de Graça

Calendário: Meses 3 a 5

Comece a buscar oportunidades onde você pode praticar suas habilidades. Ofereça pequenos, leves serviços relacionados com seu campo escolhido de graça às pessoas em sua rede de contatos.

Se você está no mundo do design, ofereça serviço gratuito de design. Se a área é copywriting (escrita para vendas) ou publicidade, ofereça trabalho gratuito para pequenos negócios em sua rede de economia social. (Pequenos negócios raramente negam serviços gratuitos!)

Diga: “Eu estou treinando para me tornar [X] e eu tenho estudado meticulosamente como fazer isso bem [link para seu blog], Eu gostaria de oferecer a você [algum serviço gratuito em torno de X] conforme eu construo minha prática. Eu não espero qualquer pagamento. Porém, mais na frente, se você gostar de meu serviço, talvez você possa me indicar para outras pessoas que você conhece que podem se beneficiar dele.”

Custo: 0 reais

Tempo: 20 horas por semana gastas numa combinação de networking para conseguir oportunidades e realmente entregando o serviço. Faça isso por 2-3 meses.

 

Passo 5: Desenvolva Estudos de Caso de Seu Trabalho

Calendário: Meses 3 a 5

Por 10 horas por semana (quando você não estiver fazendo networking ou trabalhando), escreva no seu blog a respeito de suas experiências, fornecendo esses serviços como estudos de caso. Lições aprendidas, triunfos, erros, etc. Pergunte a seu cliente se você pode utilizar o nome dele no post do blog e mostre a ele o que você escreveu antes de publicar, ou então esconda e mude todos detalhes que podem identificar sobre quem é o trabalho.

Custo: 0 reais

Tempo: 10 h/semana, durante o mesmo período de 3 meses do passo 4

Passo 6: Desenvolva Relacionamento com Mentores

Calendário: Meses 3 a 5

Pelas 10 horas por semana que sobraram, busque os autores dos livros que você leu e escreva a respeito no passo 1, pedindo para entrevistá-los para seu blog. Quanto mais tempo passou desde que o livro mais recente deles foi lançado, mas provável será eles estejam inclinados a fazer a entrevista com você, uma vez que autores estão quase sempre contentes quando alguém mostra interesse em seus trabalhos. (Contudo, se eles estiverem no processo de escrita de um novo livro, esqueça! Seria como pedir a uma mulher grávida por ajuda enquanto ela está no trabalho de parto).

Agora você está no processo de desenvolver relações com mentores em potencial em seu campo. Isso será ótimo a longo prazo (para sua carreira, para desenvolvimento pessoal).

Custo: $ 0

Tempo: 10h por semana, durante os mesmos 3 meses do passo 5 e 6

 

Passo 7: Aprenda Vendas

Calendário: Meses 6 e 7

Desculpe-me, mas não tem como evitar. Se você não aprender a vender, você nunca chegará no nível de sucesso que você deseja. Quase sem exceção, qualquer pessoa que alcançou algo grande na vida foi bom em vendas; Se não literalmente vendendo produtos e serviços, então vendendo sua ideia/visão.

Leia SPIN Selling de Neil Rackham(link).  Na minha opinião, este é o melhor livro de vendas já escrito. O foco é na observação profunda das necessidades, problemas, vontades, sonhos e desejos do cliente – perguntando as perguntas certas e escutando bem – mais do que apenas ‘vendendo’. Se você tiver que ler apenas um livro de venda na sua vida, leia este.

No momento que você perceber que tem um conhecimento básico dos conceitos do livro, ache alguém na sua economia social ( veja o passo 2) que tem algum tipo de negócio, que seja produto ou serviço. Quanto maior o valor da venda, melhor, porque existe uma relação direta entre o valor da venda e a integridade, empatia, capacidade de escutar e atenção que você vai ter que ter como vendedor para poder vender.

Pergunte se você pode ser um vendedor com salário inicial 0. Talvez você ganhe uma comissão, talvez não. Mas nesse momento, você não está fazendo pelo valor financeiro imediato. Você está fazendo para ficar experiente em vendas, e pra colocar o que você aprendeu no SPIN Selling em prática. A razão de você fazer isso em um negócio já existente ( ao invés de fazer no seu próprio) é que você quer ganhar muita experiência vendendo, com clientes que já existem, que vão atrás de você, e não ter que ir atrás de clientes. Minha renda como freelancer praticamente dobrou quando eu aprendi vendas da forma correta e integra.

Custo: R$ 45 para o livro SPIN Selling. E você ainda pode ganhar dinheiro com comissões.

Tempo: Entregue 20 horas por semana estudando o livro e colocando as técnicas em pratica em um negócio de um amigo ou conhecido; Entregue outras 20 horas por semana continuando o Passo 3 e construindo sua economia social.

 

Passo 8: Venda e entregue seus serviços dentro da sua economia social

Calendário: Meses 8 e 9

Você pegou o jeito no seu novo negócio (credenciais e curriculos que se explodam!), você construiu sua economia social e aprendeu vendas. Tudo está em seu lugar para você começar a ganhar dinheiro na sua área escolhida. Agora você só tem que fazer!

Tenha reuniões individuais com 10 donos de negócios – aqueles dentro da sua economia social – café da manhã, almoço, jantar ou no happy hour. Fale para eles dos seus resultados e do portfólio que você adquiriu nos últimos 7 meses, tanto online quanto offline.

Tenha uma conversa honesta, franca, sobre as necessidades deles (uma habilidade integra de vendas que você aprendeu no Passo 7).

Se eles tiverem alguma necessidade que você pode resolver, use suas habilidades do SPIN Selling e deixe eles animados com a ideia de trabalhar com você Se eles não estiverem precisando de nada no momento, conecte-o com outra pessoa na sua economia social, que você acha que pode ajudar ele. (Isso aqui é Introdução ao Networking: indique as pessoas para as melhores soluções dos problemas delas.)

Fale para eles sobre o tipo específico de problema e/ou dono de negócio que você pode ajudar e pergunte a eles as três melhores ideias que eles teriam para você conhecer esse tipo de pessoa. Normalmente você vai sair com grandes ideias, e provavelmente com algumas indicações.

Se você esteve seguindo esses passos estritamente, você tem que ficar com uma taxa de conversão menor do que 10%, para não sair com nenhuma venda. Se você pode bater essa ( pateticamente baixa) taxa de conversão, você tem uma venda.

Parabéns! Você acabou de hackear os ‘requisitos para o emprego’ no mercado alternativo.

Custo: $ 0

Tempo: 40 horas por semana gastas com networking, fazendo reuniões de vendas e entregando os serviços que você vendeu.

 

Passo 9 (Opcional): Melhore e Repita

Calendário: Mês 10 e à frente…

Se você continuar a desenvolver todas as habilidades dos Passos 1-8, você pode continuar sendo um profissional freelancer, auto empregado, para o resto da sua vida. Não é um trabalho de 4 horas por semana, mas vai deixar você escapar da rotina 8h-18h e “trabalhar em qualquer lugar”.

Esse foi o estilo de vida que eu construí para minha vida na última década. Como eu mencionei, Eu tomei um caminho muito mais conturbado do que os passos listados acima, mas se eu tivesse que fazer tudo de novo, eu seguiria os passos.

Os passos que eu listei acima duram 9 meses, o mesmo tempo de um ano letivo. O custo é perto de 300 dólares, a maioria para livros ( menos se você pegar em uma livraria ou emprestado). O total desse programa é menos do que custa 2 ou 3 livros de faculdade e é infinitamente menor do que o custo anual de uma universidade. Ainda, eu acredito que os resultados que você pode ganhar nesses 9 meses estudando sozinho com 300 dólares, vai superar o resultado que você ganharia através de um curso superior ou de mestrado. Com o foco certo, esses passos podem lhe guiar no básico de começar em apenas 9 meses. Em vez de dar luz a um bebê, você está dando luz a uma nova vida para você, uma vida de liberdade e prosperidade.

[1] Essa abordagem funciona melhor em alguns campos do que em outros. Eu não recomendo você tentar ‘contornar’ um diploma de médico ou carteira da OAB, se você quiser praticar medicina ou advocacia! Essa abordagem não deve ser usada para campos que requerem licenciamento do estado, claro. Contudo, para campos não-licenciados como programação, design, relações públicas, marketing, TI, empreendedorismo, empreendedorismo solo, consultoria, jornalismo, vendas, artes e para a sua busca por empregos do tipo “Eu preciso de um trabalho decente para ontem!”, essas abordagens são ouro.

[2] Há debates sobre os números exatos e porcentagens. Afinal, é muito difícil mensurar o que acontece a portas fechadas. Contudo, virtualmente todos os experts em carreira que eu vi concordam que vastamente mais empregos são preenchidos informalmente do que por pessoas respondendo anúncios. Como Steven Rothberg, fundador do CollegeRecruiter.com, disse em um artigo na MSNBC, “em torno de 90% das aberturas de vagas de emprega não são publicadas, e ainda 90% dos candidatos aplicam para essas vagas”.

[3] Redes de contato online podem ser utilizadas para melhorar/facilitar o networking que está acontecendo offline, mas nunca serão um substituto. Você não pode “publicar no facebook” um aperto de mão ou olhar nos olhos, e você não pode substituir um jantar com duas horas de conversa por um tweet.

Texto originalmente publicado aqui. Traduzido por mim com ajuda de Eduardo e autorização expressa do autor. Fiz o melhor que pude ao traduzir para trazer o conteúdo para a realidade brasileira, sem alterar nenhuma intenção de escrita do autor original.

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  1. Parabéns ao publicar o texto!
    Acompanho algumas notícias em mais de uma dezena de blogs e nunca deparei-me com um assunto como esse em qualquer blog. Isso fez-me, além de curtir sua página no facebook, favoritar o site estrategistas.
    Um abraço, sucesso e mantenha a excelência de seus artigos!

  2. Muito legal o guia. As dicas de livros e artigos. Só tem uma coisa, até os 7 meses ele não fala em como vamos nos sustentar. Talvez ele explique coisas melhores no livro. Tirando isso, excelente post. A qualidade dos posts são muito boas.

  3. Muito bom o texto mon amie! Obrigado pelo trabalho de ler, interpretar e repassar o aprendizado com o texto original. Seriously, não sei pq tão poucos comentários aqui, acho que esse tipo de informação deva ser compartilhado. Muchas Gracias!

    1. Obrigado, Guilherme. Se você gostou, por favor, passe para frente; queria que esse material chegasse ao maior número de pessoas possível!

      Ah, dica rápida: amie é usada para ‘amiga’, ‘ami’ para amigo (feminino em francês é com adição de e ao final, geralmente) ;-)

  4. Ando muito descontente com a faculdade a algum tempo por diversos motivos. No fim tenho certeza que qualquer um aprende MUITO mais durante esses 9 meses do que cursando uma faculdade…

    Gostei muito do texto, obrigado por compartilhar!
    Alias, seu site é ótimo, ta de parabéns!

  5. O texto é tão fundamental,sim, agora pergunto para que expliques bem o detalhe do homem que encontra-se já no mercado formal como ele deve vibrar para construir sucessos extraodinarios no campo informal ?

  6. Achei o guia coerente em muitos pontos, principalmente sobre o nosso foco em cursos e a falta de atenção em relacionamentos.

    A única coisa que tenho dúvida é sobre a questão de fazer trabalhos gratuitos… Mas aí é testar para ver.

    Abraço!

  7. O texto é realmente muito bom. A faculdade é meio difícil de aprender outros conceitos, pois você foca muito em uma determinada área, e meios menos formais de conhecimento tem esse poder de fornecer um campo mais amplo. Parabéns!

  8. Achei muito interessante!
    Fiquei meio curioso pra ver como seria aplicar alguns desses conceitos com profissões licenciadas, como engenharia por exemplo, pois estou estudando engenharia civil, você tem alguma ideia?
    Parabéns pelo trabalho!

  9. Paulo você já escreveu sobre sua biografia no blog? Se sim manda o link por favor, se não gostaria de contar para nós ? Seria interessante saber como passou pelas barreiras da vida, pra chegar num trabalho que realmente o satisfaça.

  10. Olá!

    Que grande trabalho vocês fizeram traduzindo esse artigo para nossa realidade!

    Muito bom mesmo, na verdade muito melhor e esclarecedor que a grande maioria esmagadora dos artigos por ai…

    Tenho uma duvida de como aplicar isso na minha realidade, eu quero ser especialista em PNL e ajudar as pessoas com as ferramentas e técnicas que estou aprendendo a 3 anos, eu meio que imagino o caminho que posso seguir, mas gostaria da sua visão nesse caso,

    Posso entrar em contato via contato@estrategistas.com?

  11. Obrigado por traduzir esse ótimo texto, mas porque ele foi publicado no site do Tim Ferris, se ele foi escrito pelo Michael?

    Será que esses nove passos estão na edição mais recente do livro?

  12. Pingback: Mateus Taraborelli

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